SER ou TER?

Falar do verdadeiro sentido do SER é meio difícil em uma sociedade onde o
TER é assaz relevante. Confundir esses dois verbos é um equívoco corriqueiro.
Ouço muito as pessoas falarem que TER um carro do ano, um som potente,
dinheiro fácil é Ser feliz. Será mesmo que é apenas nisso que se resume a felicidade?
Na verdade, estudamos, nos esforçamos para que um dia possamos viver de forma
digna, mas que dignidade é essa? é a dignidade material? lá vem o verbo TER de novo!
e o SER onde fica? geralmente fica em segundo plano. Claro que é importante buscar
o sucesso financeiro, a vida nos obriga a correr atrás disso, mas refletir sobre a
essência individual também é demasiado importante para conseguir equilibrar as
duas esferas: o TER e o SER.
TER um carro do ano não proporciona satisfação se o íntimo estiver perturbado,
se não há amigos para compartilhar o conforto do automóvel, não adianta TER uma
casa luxuosa se a humildade não habita na sua essência, afastando família e amigos do
convívio. Enfim, o TER está atrelado a falsa idéia da felicidade, que é momentânea e o SER, em geral, está ligado a dignidade moral e a felicidade constante. É neste que a humanidade deve se
espelhar, é este verbo que deve ser pronunciado e refletido com mais frequência, pois é
naquele verbo onde se origina as disputas por terras, o sangue derramado e o vazio existencial
dos homens, tornando o convívio entre eles mais superficial e delicado.
Mas enquanto a humanidade não percebe que está conjugando o verbo errado, sua decadência
continua ocorrendo por vontade própria.
 
Escrito por: Iháscara Cardoso Alves - Estudante de Direito da UERN

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