Por: Hugo Gomes de Almeida
Tenho visto
figuras, medianas, que galgam posições em tribunais — mendigando a políticos e
a outros vultos influentes, ou, em determinado caso, por conhecida
circunstância — que, no exercício do cargo, se preocupam mais em jogar para a
plateia. Pisoteiam a ética na ânsia por fortalecer a imagem pública. Pobre de
quem se deixa engabelar por esses tipos de tantos artificialismos.
Há quem viveu a
vida universitária, em pleno governo dos generais, sem esboçar qualquer repúdio
e que, há pouco, andou por aí aparentando querer consertar erros. Tudo isso
depois de desfrutar boa situação na vida e ter certeza de que nada de mal lhe
vá acontecer. Nos idos estudantis, diziam não gostar de política. São os
valentes depois de o perigo passado.
Só terá meu
sufrágio quem tiver como comprovar uma vida de lutas em prol das causas
democráticas. Como não há mais um Leonel Brizola, sinto-me desobrigado. Não
votarei em arrivistas. Tenho bastante lucidez e capacidade crítica para
identificar esses valentes de ocasião.
Conquistar destaques
em cargos — não conquistados por sistema de mérito — ajudados por imprensa
deslumbrada, que tanto contribui para embair consciências, resulta num grande
mal ao Brasil. Todos conseguem aparentar-se grandes em cargos, cercados de
assessores ali escalados para remover as dificuldades. Recebem tudo pronto para
mera assinatura! Assim conseguem enganar os incautos e se fazem expoentes à
custa de trabalho e de valor intelectual de terceiros.
Atualmente, com
tantos assessores nos gabinetes, qualquer protagonista pouco preparado pode
exercer funções dos mais altos cargos — cuja marca para conquistá-los jamais
fora virtuosa!
Artigo publicado no site Tribuna da Internet
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