Em se tratando do Brasil, o PCB dizia que a fome e outras
mazelas sociais, decorriam da presença de restos feudais e da exploração ianque
e, assim sendo, deveríamos implementar uma política que erradicasse os “restos
feudais” ao mesmo tempo que viabilizasse uma política de “libertação nacional”.
Ora, a verdade é que no Brasil nunca existiu o feudalismo e
assim não poderiam existir restos feudais. O descobrimento e a colonização do
Brasil, se deram sob os auspícios do capitalismo mercantilista e os engenhos,
base da colonização. Eram empreendimentos que nada tinham de feudal, pois
presumia a existência de capital acumulado, capaz de levar avante um custoso
projeto de construção de uma indústria açucareira voltada para a exportação.
Por seu lado, o Brasil sempre foi dependente. Primeiro de
Portugal, depois do imperialismo inglês e, por fim, tributário das grandes
corporações. Propor a soberania nacional em época de imperialismo, é um total
engano, sobretudo hoje, em época de “globalização”, quando reina a dominação do
capital transnacional.
Diante desses fatos, observamos que a grande denúncia da fome,
não associava esse flagelo a sua verdadeira causa, a vigência do capitalismo.
Lutar contra essa chaga social e tantas outras mazelas, deveria ter como
bandeira a luta anticapitalista e a esse patamar não ia o ilustre sr. Josué de
Castro e, muito menos o PCB, que se limitava, por orientação de Moscou, a
pugnar por um programa nacional reformista, e isso representava uma verdadeira
tragédia política na medida em que, a citada agremiação, gozava de ampla
hegemonia nas hostes do movimento popular enquanto empunhava uma postulação
política tão equivocada.
Artigo publicado anteriormente no blog do Gilvan Rocha
Por: Gilvan Rocha é militante socialista desde
muito jovem. Em 2005 Participou como fundador do Partido Socialismo e
Liberdade-Psol.
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