Getúlio Vargas, o Presidente do Brasil

Sábado fez 59 anos da morte do presidente Getúlio Vargas (foto), estadista brasileiro que marcou seu tempo e até hoje é uma referência como exemplo de fazer política, com talento, autoridade, espírito público, sensibilidade social. Suas ambições se limitavam ao exercício do poder. Morreu com o que sempre teve, seus filhos e netos com a vida normal da classe média brasileira tradicional.                       Por: Aristóteles Drummond

Nunca é demais lembrar que fundou o Brasil moderno, criou a legislação trabalhista para garantir a harmonia entre capital e trabalho, que, com o tempo, foi desvirtuada pelos demagogos a ponto, de certa forma, assustar empreendedores que criam empregos e progresso. Foi o conciliador que manteve o Brasil afastado dos extremismos que antecederam a II Guerra Mundial, com o Estado Novo. Sufocou a Intentona Comunista de 35, uma página negra em nossa história. Afastado em 1945, voltou nos braços do povo, em 1950.

Levado ao gesto extremo do suicídio, como está em sua carta-testamento, saiu da vida para entrar na história. Até o então deputado mineiro Afonso Arinos Sobrinho, que teria colaborado para a depressão que o levou à morte, demonstrou, anos depois, arrependimento pela violência do discurso pronunciado. O chamado “Mar de Lama” que corria no Catete não passou de uma criação do ódio que sua personalidade marcante junto ao povo despertava em políticos ambiciosos. Um deles, inclusive, saiu da vida pública para, por encanto, se tornar banqueiro, industrial, editor e proprietário de terras.

Vargas foi homem de mãos limpas, tinha o gosto do Poder, da articulação política, do compromisso com o social e com o desenvolvimento. Com sua morte, o PTB participou da chapa de JK, abrigou na bancada federal Jânio Quadros, fez de Jango, reeleito, o vice em 1960. Quando da ultima eleição indireta, no Colégio Eleitoral, o eleito foi Tancredo Neves, seu Ministro da Justiça e orador a beira do tumulo, em São Borja. Na primiera eleição direta, em 89, o eleito foi Fernando Collor, neto de seu amigo e Ministro Lindolfo Collor. Itamar Franco começou sua vida publica no PTB. Até Maluf, tomou gosto pela política através de seu cunhado Ricardo Jafet, getulista influente que dirigiu o Banco do Brasil.

Reuniu em sua equipe homens notáveis como Oswaldo Aranha, Vicente Rao, Lindolfo Collor, José Carlos de Macedo Soares, Salgado Filho, Simões Filho, Gustavo Capanema, Negrão de Lima e Francisco Campos. E nomeou para os estados líderes que deixaram uma obra reconhecida e importante até os dias de hoje, como: Amaral Peixoto, no Rio, Adhemar de Barros, em São Paulo, Benedito Valadares, em Minas, Ernesto Dornelles e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, Juraci Magalhães e Landulfo Alves, na Bahia, entre outros.

O trabalhismo de Vargas, hoje abrigado nas legendas do PTB e do PDT permitiu que até os anos 90 o movimento comunista no Brasil não prosperasse, por reunir a preferência do operariado, mais conservador e muito voltado para políticas de conciliação com o capital e não de confronto, por temer as conseqüências no emprego e na qualidade de vida no caso de um país envolvido na chamada luta de classes.

Sua sombra causa tal desconforto que, volta e meia, se fala no fim da “Era Vargas”. Bobagem! Ele entrou e não sairá nunca da história e do coração dos brasileiros justos.

Por: Aristóteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
         

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