O
Brasil já vinha entregue aos bandidos com ou sem toucas ninja. A eles têm sido
concedidas todas as garantias. A nós, sequer a de legítima defesa. Convivemos
com a dura realidade de estarmos trancafiados, impedidos de usar com liberdade
e segurança os espaços públicos, e despendendo valores crescente em apólices de
seguro e segurança privada. Em contrapartida, assistimos os criminosos entrarem
nas delegacias por uma porta e saírem pela outra. Manietados, algemados, estão
os policiais, retidos por normas de conduta incompatíveis com os riscos
inerentes à função que exercem. Para os bandidos, o colo macio dos direitos.
Para os policiais as agruras dos deveres e restrições incompatíveis com os
meios disponibilizados.
Por: Percival Pugginna
O
Brasil já estava entregue, também, aos bandidos de colarinho branco, para cujas
lavanderias de dinheiro flui parte significativa dos impostos que pagamos com o
fruto do nosso trabalho. Estes bandidos, ainda mais do que os outros, sabemos
todos, estão acolhidos por garantias de livre atuação. Tais garantias são
proporcionadas pela mansuetude, pela fleuma, pela pachorra em que foi amarrado
o nosso sistema judiciário. E onde, não raro, o sistema se amarra um pouco
mais, por conta própria. Certo, Celso de Mello?
Tudo
isso era coisa irremediavelmente sabida e conhecida. O que ainda não tínhamos
era a convivência com o vandalismo de motivação política. Esse é um novo
flagelo que ingressa no cotidiano nacional pela mesmíssima porta dos demais.
Nos últimos meses, hordas de safados dão-se o direito de sair quebrando o que
encontram pela frente, do condomínio de luxo à carrocinha de cachorro-quente,
incendiando o que lhes dá na veneta, destruindo e invadindo patrimônio público
e privado. São brutamontes incivilizados, a serviço de canalhas da política e
de pervertidos do mundo intelectual. Agem, aqui no Rio Grande do Sul, diante de
policiais impedidos de intervir, barrados no cumprimento de seu dever. Desde
então, só os vândalos troteiam pela capital gaúcha! São os novos donos da rua,
atacando objetivos políticos e ideológicos. Entre eles, o edifício onde mora o
prefeito. E a Brigada Militar, inerte, sob determinação de não intervir. As
perguntas que se impõem são estas: 1ª) a quem tais ações beneficiam? e 2ª) quem
convive bem com a ideologia da violência? Na resposta que der, o leitor vai
encontrar duas coisas: uma ideologia para rejeitar vigorosamente e um grupo de
partidos políticos aos quais não deve, em circunstância alguma, conferir voto e
poder.
No
Brasil de hoje, estamos sujeitos às leis do bem e às do mal. Obedecemos a Deus
e ao diabo! A Deus pelas boas leis feitas para o bem. Ao diabo pelas leis más e
pelas que o próprio mal estabelece. As leis más, entre outras coisas, protegem
os bandidos de suas vítimas e da polícia. As leis do mal nos são impostas pela
inevitável exposição à criminalidade em suas múltiplas e renovadas formas.
Por: Percival
Puggina é
arquiteto, empresário, escritor, titular do sitewww.puggina.org,
articulista de Zero
Hora e de
dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia ePombas
e Gaviões.
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