Em quase todos os
estados, operários, sem-terra, sem-teto, indígenas, servidores públicos e
estudantes estão em luta. POR massas,org
Os bancários, em
greve há duas semanas, enfrentam a intransigência dos banqueiros e do governo.
Estão obrigados a combater os interditos proibitórios para defender o direito
legítimo de greve e piquetes.
Os trabalhadores dos
correios, apesar da quebra da unidade do movimento, se mantêm em vários estados
em greve pela reposição salarial e pelo direito ao plano de saúde.
Os operários da GM,
Scania, etc. realizaram paralisações por tempo determinado, reivindicando
correção salarial, fim do PL 4330, que avança a terceirização do trabalho e
acaba com direitos elementares.
Os petroleiros,
nesses 60 anos da Petrobrás, também ganham as ruas e paralisam terminais e
plataformas de exploração do petróleo. Estão combatendo as medidas que
privatizam ainda mais a Petrobrás e querem que o campo de Libra esteja
inteiramente sob o controle da estatal brasileira.
Os estudantes da USP
ocuparam a Reitoria, exigindo a democracia no campus por meio das eleições
diretas para Reitor e formação do governo tripartite da universidade.
E milhares de
indígenas protestaram no coração do governo, Brasília, e em algumas capitais,
como São Paulo, rechaçando as PECs 225, 237 e PL 227, que transferem o poder de
demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional (para as mãos dos
ruralistas), que visam ao arrendamento de terras indígenas para a criação de
bois e plantação da soja (para o agronegócio) e que confiscam terras dos
nativos para a construção de usinas hidrelétricas e exploração de minérios.
Portanto, medidas que fortalecem o poder do agronegócio, do latifundiário e do
grande capital nacional e multinacional, contra os oprimidos.
Como se vê, por todos
os lados, os explorados e a juventude se manifestam por meio de greves,
ocupações, bloqueios e protestos. Mas, por todos os lados, a patronal e os
governos têm respondido com a força repressiva policial, com a lei antigreve,
com prisões, com processos sobre os lutadores. São centenas de estudantes
processados criminalmente por estarem com- batendo as medidas de destruição do
ensino público e de cerceamento às liberdades democráticas. São de- zenas de
professores grevistas no Rio de Janeiro que foram atacados por balas de
borracha e gases tóxicos e detidos por lutarem pela educação gratuita e pelas
condições de trabalho. Não podemos, também, deixar de nos referir aos operários
de Belo Monte e de outras obras do PAC, que foram presos e estão sob processos
judiciais, em consequência das greves-levantes.
Este breve retrato
expressa o quanto a burguesia e seus representantes no Estado precisam utilizar
a força das armas e da Justiça para conter a luta de classes. São nesses
momentos de crise econômica que vem à tona o caráter de classe do Estado,
portanto, a ditadura de classe da burguesia. Mas, também, nesses momentos, é
que se evidencia a necessidade de uma direção revolucionária. Uma direção
classista, que esteja assentada no programa e no método da ação coletiva e
unitária.
A fragmentação da
campanha salarial dos metalúrgicos e os acordos por empresa dividiram esse
setor estratégico da classe operária. O divisionismo burocrático do movimento
dos trabalhadores dos correios, mais uma vez, golpeia a greve nacional. A
política de fragmentação serve aos governos e aos patrões. A unidade grevista
nas ruas é uma arma poderosa para quebrar a ofensiva da patronal. Os
petroleiros, uma camada importante do proletariado, vêm se mostrando dispostos
a impedir o leilão (privatização) do campo de pré-sal e a defender os salários,
diante das perdas inflacionárias. A extraordinária desnacionalização e
monopolização das riquezas naturais do Brasil exige uma resposta unitária de
todos os explorados, erguendo-se em uma frente única anti-imperialista. Mas o
que se vê é o predomínio do corporativismo e de manifestações isoladas.
O Partido Operário
Revolucionário (POR) levanta diante dos explorados a bandeira de unidade dos
movimentos. Que se constitua uma frente única em defesa dos salários, dos
empregos, dos direitos, das riquezas nacionais, da terra aos indígenas, do
ensino público e da democracia nas universidades, para se opor à ofensiva
repressiva contra os movimentos e defender do direito democrático de se
mobilizar pelas reivindicações. Essas reivindicações estão nas ruas e impulsionam
as lutas. Não é por acaso que explodem ao mesmo tempo, depois da grande
mobilização de junho. A crise econômica está afetando os operários, camponeses,
indígenas e a juventude pobre. As condições exigem que as Centrais Sindicais e
sindicatos convoquem assembleias em todo o país para unificar os movimentos e
direcioná-los para uma greve geral.
POR massas.org
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