A decisão de Marina
Silva de se filiar ao PSB conseguiu sacudir o Brasil e colocou uma interrogação
na cabeça de todo mundo, fazendo com que os caciques do PSDB e do PT, as
principais forças políticas do país, colocassem as barbas de molho. Por: Heron Guimarães
Pelo lado petista,
o marqueteiro João Santana, que já tinha esboçado o seu pensamento de que Dilma
levaria a reeleição sem muita dificuldade, certamente deu um passo para trás.
Ao marcar reuniões de emergência com
Dilma e Lula, indica um sinal amarelo.
Portanto, apesar de
a novidade trazer luz a eleitores e ampliar o leque de possibilidades viáveis
para 2014, o que é bem melhor do que a polarização entre tucanos e petistas,
ainda não esclarece qual é o papel de Marina.
Neste momento,
preocupa muito mais aos partidos o poder destrutivo de Marina do que a
capacidade que ela tem de conquistar ou alavancar candidaturas.
Na verdade, PT,
PSDB e o próprio PSB, após o susto inicial de sábado passado, contabilizam o
que Marina pode tirar. Os tucanos enxergam ameaça clara à estratégia de
utilizar palanques duplos com os socialistas em alguns Estados, incluindo Minas
Gerais.
AÉCIO
PERDE
Até agora, a
impressão que se tem, mesmo que ela não venha a ser confirmada, é que Aécio foi
passado para trás por uma ardilosa engenharia, milimetricamente computada pelo
governador pernambucano. Uma completa inversão de papéis, capaz de transformar
o senador mineiro em mera cereja do bolo.
Por mais paradoxal
que possa parecer, a cabeça de muitos socialistas também não está calma. Para esses,
é preciso tomar cuidado extremo. Marina pode até ajudar na visibilidade de
Campos, mas, de forma alguma, seria o melhor par para 2014. Não se pode ir à
guerra com um vice que seja maior que o próprio candidato.
Em um cenário tendo
a mentora do fracassado Rede como vice, Eduardo teria mesmo muitos problemas, a
começar pela dificuldade de compreender a confusa mentalidade da “sonhática”,
que, mesmo tendo a possibilidade de se lançar candidata, prefere se aliar a um
projeto que não é o seu.
Por outro lado,
quem imaginava ver a acreana no páreo não esconde uma ponta de decepção de
vê-la como vice no PSB. Os enigmas de Marina serão, por muito tempo ainda, o
maior peso das eleições do ano que vem.
A ex-ministra de
Lula, que se revoltou contra o PT, não se adaptou ao PV e, inexplicavelmente,
vacilou na hora H, não conseguindo habilitar seu partido, estaria jogando fora
a grande oportunidade de sua carreira política?
Pelo jeito, Marina,
ao contrário do que sua baixa estatura e seu discurso possam revelar, é muito
mais pragmática do que programática.
Artigo
publicado no site Tribuna da
Internet
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