Constantemente, ouvimos dizer: o Brasil cresceu; o Brasil parou; a
dívida do Brasil tem se mantido alta; os interesses do Brasil têm que
ser preservados; as terras do Brasil são férteis; e por aí vão
referências e mais referências ao Brasil, como se se tratasse de uma
figura que reúne todos nós.
Por: Gilvan Rocha
É necessário, entretanto, que respondamos uma questão:
quem é o Brasil? Seriam os seus milhões de quilômetros quadrados? Seriam
as florestas, sistematicamente agredidas, em nome do lucro para uns
poucos? Ou seria o Brasil um país inserido num mundo capitalista, onde
convivem, fundamentalmente, duas classes sociais com interesses
antagônicos: a burguesia, que usufrui todos os favores dessa suposta
brasilidade e, de outro lado, as classes trabalhadoras, que amargam a
exploração e a opressão que lhes são impostas?
Falamos que o Brasil é composto, substancialmente, de
duas classes sociais com interesses antagônicos e irreconciliáveis mas,
devíamos acrescer o fato de que, além dessas duas classes, existem as
camadas sociais. A chamada classe média, que se divide em vários
segmentos, encontra-se entre a burguesia e os trabalhadores,
propriamente ditos. Mas, abaixo dessa posição econômica e social, existe
uma massa imensa de miseráveis, aqueles que nem sequer usufruem o
direito de ser pobres e cabe perguntar: seriam desses miseráveis as
terras do Brasil? Ou seria deles o parque industrial que aqui existe? Ou
seria o Banco do Brasil, que a propaganda do governo diz ser do Paulo,
da Maria, da Marta, do José e do João, realmente propriedade de todos?
Quando viaja mundo afora, o sr. Lula da Silva, sempre
procurando bons negócios para algumas empresas sediadas no Brasil, fala a
verdade quando diz: estou trabalhando pela nossa pátria? Não estaria
ele trabalhando para os patrões? Não seria apenas uma velha arma das
classes dominantes nos envolver nessa artimanha de que o Brasil é um
país de todos?
Por trás desse véu de mentiras, reside uma verdade, qual
seja, o Brasil é, antes de tudo, propriedade de uma minoria e ao povo
cabe apenas migalhas e, assim sendo, precisamos desnudar essa farsa e
revelar a verdade para, a partir daí, construirmos um mundo novo.
Por: Gilvan Rocha é militante socialista desde muito jovem. Em 2005 Participou como fundador do Partido Socialismo e Liberdade-Psol. É autor dos livros: “Vermelho Cor de Esperança”, “Bye, bye PT”, “Meio Século de
0 Comentários