Educação: Falta de professores e desinteresse de alunos comprometem desempenho do ensino no RN



Esses dados foram apontados com a pesquisa realizada entre 39 escolas com baixo Ideb

 1146 300x199 Formação continuada de professoresUm estudo realizado pelo Observatório da Educação do RN – projeto desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) em parceria com o Sindicato das Indústrias de Construção Civil (Sinduscon/RN) – apontou os principais aspectos que garantem a qualidade das escolas das redes municipal e estadual do Rio Grande do Norte, bem como os problemas que comprometem o desempenho das instituições de ensino.

De acordo com Cláudia Santa Rosa, diretora-executiva do IDE, o estudo surgiu da necessidade de dar sentido aos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados pelo INEP/MEC ainda no ano de 2011. Para a pesquisa, o Observatório da Educação do RN mapeou as escolas estaduais e municipais do Rio Grande do Norte que atingiram médias a partir de 5,0 e as escolas estaduais e municipais, localizadas em Natal, com médias 3,0 e menos.

Segundo os dados levantados, a falta de professores, o desinteresse dos alunos e desmotivação dos professores são os três principais problemas que comprometem os desempenhos das escolas, representando, respectivamente, 35,9%, 28,2% e 25,6% de acordo com os gestores das escolas pesquisadas. Esses dados foram apontados com a pesquisa realizada entre 39 escolas com baixo Ideb.


A falta de acompanhamento dos pais (17,9%) e da secretaria de Educação (12,8%) ocupam o quarto e quinto lugares dos principais problemas. Dentre os motivos que explicam o baixo desenvolvimento dessas escolas ainda estão a ausência de aulas; falta de qualificação do professor; didática do professor e alunos não alfabetizados.

“Conhecer melhor as escolas que alcançaram índices mais altos e também aquelas com índices mais baixos é fundamental para a promoção de políticas públicas que fortaleçam todas as escolas. Sabermos o que os gestores identificam como pontos fortes e também os problemas que enfrentam, é valioso”, afirma Cláudia Santa Rosa, coordenadora do estudo.

Pontos fortes para o desenvolvimento

Por outro lado, 51 escolas de ensino fundamental da rede pública com Ideb a partir de 5,0 também foram ouvidas. De acordo com a pesquisa aplicada nestas instituições, o principal fator que contribui para o bom desempenho escolar é a qualidade da equipe pedagógica, o que representou 68,3%, seguido pelo projeto político-pedagógico (29,4%) tido como relevante pelas escolas pesquisadas.

Os projetos de leitura e de produção textual (21,6%) desenvolvidos no ambiente escolar também foram classificados como determinantes para a melhoria na qualidade do Índice. O compromisso da instituição (19,6%) e a participação da família (15,7%) aparecem em quarto e quinto lugares entre os pontos fortes destacados pelos gestores das escolas.

“Os mesmos gestores ainda pontuaram outros pontos fortes para o bom desenvolvimento dessas escolas: reforço nas disciplinas; força de vontade dos alunos; avaliação do IDEB passado; reuniões pedagógicas; investimentos na infraestrutura; parcerias privadas e diminuição da evasão escolar”, destacou Santa Rosa.

Entre as escolas com grande destaque no Ideb está a Escola Estadual Presidente Kennedy, com Índice de 6.0. Segundo a diretora da unidade, Gorete Nobre, a orientação didático-pedagógica é uma das principais explicações para o desenvolvimento que a escola adquiriu.  “Quando nossa gestão assumiu a escola, em 2004, o Ideb estava em 2.6. Isso nos levou ao questionamento do motivo que levava os alunos a não aprenderem os saberes escolares. Partindo disso, implementamos projetos pedagógicos, sempre procurando valorizar a qualificação da equipe para que ela pudesse cumprir devidamente a sua função social”, explicou.

“Partindo dessa orientação, nós condicionamos todos os professores e funcionários a terem suas funções definidas”, disse Gorete. Atualmente a Escola Estadual Presidente Kennedy possui 310 alunos matriculados. “Nosso sistema é tão bem reconhecido que, a cada ano letivo, temos cerca de 400 procuras. Gostaríamos de poder atender a todas elas, mas não temos estrutura física para isso”, destacou.

Trabalho coletivo, bem articulado, com foco no aprendizado e competências de cada aluno é uma das diretrizes praticadas pela escola. “Por isso que hoje apresentamos índice zero em reprovação e índice zero em abandono escolar. A condução dos nossos trabalhos está sempre voltada para a educação dos nossos alunos, com a família sempre presente”, afirmou Gorete Nobre.

Jornal de Hoje

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