A Coluna
Prestes foi um movimento político-militar brasileiro
existente entre 1922
e 1953 e ligado ao tenentismo
de insatisfação com a República
Velha, exigência do voto secreto, defesa do ensino público e a
obrigatoriedade do ensino secundário para toda população.
O movimento contou
com lideranças das mais diversas correntes políticas, mas a maior parte do
movimento era composta por capitães e tenentes da classe média, donde
originou-se o ideal do "Soldado Cidadão". Deslocou-se pelo interior
do país pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo do então
presidente Artur Bernardes e, posteriormente, de Washington
Luís.
Em sua marcha pelo
Brasil, os integrantes da Coluna Prestes denunciavam a pobreza da população e a
exploração das camadas mais pobres pelos líderes políticos. Sob o comando
principal de Luís Carlos Prestes (chefe de estado-maior), a
Coluna Prestes enfrentou as tropas regulares do Exército ao lado de forças
policiais de vários estados, além de tropas de jagunços,
estimulados por promessas oficiais de anistia.
Partindo do
município de Santo Ângelo, que hoje abriga o Memorial da Coluna Prestes, o movimento
percorreu vinte e cinco mil quilômetros
pelo interior do Brasil durante dois anos e meio. Apesar dos esforços, a Coluna
Prestes não conseguiu a adesão da população. A longa marcha foi concluída em
fevereiro de 1927, na Bolívia, perto de nossa fronteira, sem cumprir seu
objetivo, disseminar a revolução no Brasil.
A Coluna Miguel
Costa-Prestes poucas vezes enfrentou grandes efetivos do governo. Em geral,
eram utilizadas táticas de despistamento para confundir as tropas legalistas.
O movimento
liderado por Carlos Prestes contribui para disseminar os problemas do poder
concentrador oligárquico da República
Velha, culminando na Revolução de 1930. Projeta a figura de Luís
Carlos Prestes, que posteriormente entra no Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Prestes foi chamado por esta marcha de cavaleiro da esperança na luta contra os
poderes dominadores da burocracia e dos setores elitistas.
Polêmicas
Em 1998, o Centro
de Pesquisa e Documentação (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, abriu um conjunto
de 70 mil cartas, manuscritos e fotos de Juarez Távora. Um dos sobreviventes da
Revolta do Forte de Copacabana, de 1922, a primeira revolta
tenentista, Távora formava com Prestes e Miguel Costa a cúpula da Coluna. Entre
a papelada de seu arquivo, havia cartas escritas e recebidas por esses líderes.
As mensagens revelam que o grupo era recebido com festas por onde passava.
Saques, estupros, assassinatos e outras atrocidades deixavam a população
aterrorizada por conta dos boatos espalhados pelos coronéis e agentes do
estado. Ao saber da chegada dos revoltosos, a população costumava fugir por
medo das atrocidades espalhadas pelos adversários da coluna. Porém os
Comandantes da Coluna puniam com severidade qualquer ato contra a população, e
não se aliava com bandidos, tanto que Lampião e Corisco (ambos armados pelo
homens do Padre Cicero para combater a coluna) quiseram fazer parte, porém não
foram aceitos.
Memória: Morais, Denis
e Francisco “Prestes lutas e autocríticas”
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