As modas vão e voltam diversas vezes
durante uma geração e quando se fala em vestimentas femininas, as
minissaias e os shorts são exemplos disso. As “peruas”, que não se
satisfazem com os modelos da moda e, para se sobressaírem, utilizam das
vestimentas e acessórios mais chamativos possíveis, também sempre
existiram e existirão. Por: João Bosco Leal
em uma praça de alimentação de um shopping pensei sobre o assunto e comecei a observar quem por lá passava.
Uma senhora bastante obesa, usava uma
calça com as malhas da estampa enormes, imitando uma pele de onça
gigante, blusa branca de renda totalmente transparente, que deixava
transparecer o sutiã da mesma cor do sapato vermelho de salto enorme e
óculos de sol com grandes círculos nas laterais, onde se lia a marca
“Prada”.
Um casal de jovens adolescentes loiros,
usando botinas de cadarços e meias três quartos, bermudas até o meio das
canelas, com cabelos em cachos, como que prensados em blocos, tipo
rastafári e as roupas amassadas, rasgadas, parecendo tão sujas quanto os
cabelos, causavam a impressão de serem andarilhos que não tomavam banho
há tempos.
As já quase centenárias calças jeans
ganharam versões antes inimagináveis, como as de cintura tão baixa que
praticamente só não deixam à mostra os pelos pubianos porque na moda
atual eles praticamente inexistem, ou as que já saem das fábricas
rasgadas e que, exatamente por já estarem semidestruídas, custam mais
caro que as inteiras.
Calças, sapatos e botas imitando a pele
de onça, jacaré, jiboia, cascavel ou qualquer outra cobra e outros que,
além disso, têm sobre elas adereços com pedras, são vistas em grande
quantidade.
Os calçados são de uma variedade
incalculável de modelos, cores e materiais. As solas de couro, borracha
ou plataformas de cortiças são as mais comuns, mas há muitas outras. As
partes superiores utilizam esses mesmos produtos ou tecidos, de diversas
cores e estampas.
Os saltos são tão altos que fica difícil
acreditar serem confortáveis e que não provocam muitas dores nas pernas
ao final dos dias. Alguns precisam ser fixados acima dos tornozelos,
pois os pés que os utilizam ficam em posição tão vertical que não são
suficientes para sua fixação.
Os esmaltes agora pintam de cor
diferente cada um dos dedos das mãos. Um senhor com mais de sessenta
anos passeava com os cabelos pintados com reflexos multicoloridos e de
rabinho preso.
Rapazes utilizando bonés com as abas
invertidas, viradas para trás, circulam em grande quantidade. Um deles,
além desse boné, usava óculos escuros vermelhos, camisa verde limão,
tênis cor de rosa.
Muitas pessoas utilizam piercings, com
tamanhos, formatos e cores distintos, aplicados em diversos locais do
corpo, mas os alargadores dos lóbulos das orelhas também já são vistos
com bastante frequência e com diâmetros cada vez maiores.
Todas essas pessoas chamam a atenção
pela extravagância, pela coragem de usar o diferente, mas não por
estarem bonitas ou bem arrumadas. As que me chamaram a atenção pelo bom
gosto, foram as que estavam vestidas de maneira mais discreta possível,
calça jeans, camisas ou camisetas de cores neutras, sapatos sem salto e
com raríssimos adereços como colares e pulseiras.
A simplicidade sempre estará na moda e se destacará, em todas as ocasiões e gerações.
Por: João Bosco Leal
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