Política: regrada pelo marketing

As regras do marketing político colocam a demanda eleitoral no altar do sistema: basta você consultar o que quer o eleitorado e dessa forma orientar a oferta eleitoral. Em uma competição para satisfazer a opinião pública, o foco é encontrar o que o cidadão quer e simular propostas eleitorais destituídas de conteúdo. Por: César maia

reforma política | Blog de PolíticaEsta verdadeira “política da não-política” não é nova. Também na década de 30 demonizaram a partidocracia, o parlamentarismo e as instituições republicanas, aqui e no mundo. A partir daí surgiram, como todos sabemos, as aventuras, os autoritarismos e os totalitarismo. Hoje fizemos do marketing político um dogma de fé e estabelecemos uma espécie de bonapartismo pós-moderno de campanha permanente.

Mesmo esquecendo que a opinião da massa está sempre mudando, não sujeita ao princípio da não-contradição e movendo-se em um eterno presente, a renúncia, a pensar em grande parte da nossa liderança, nos levou à rendição frente aos gênios do marketing.


Uma sociedade é madura e atual quando seus líderes aspiram a serem estadistas e não apenas operadores que seguem as pesquisas. Ou seja, quando seus governantes pensam, discutem e agem tendo em vista o interesse contínuo da nação e não apenas para responder à última pesquisa realizada pela manhã.

A política substituída pela cultura das pesquisas e o abandono dos valores no altar do pragmatismo e do marketing, esvazia de conteúdos o debate e é o principal sintoma de um declínio preocupante.

Por:César Epitácio Maia nasceu em 18 de junho de 1945, é economista e professor universitário, foi exilado político e é um dos políticos brasileiros mais atuantes no momento, tendo ocupado diversos cargos públicos, dentre eles o de Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro.

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