Problemática curiosa acampa os meios governamentais com tendências
paternalistas quanto a cor da pele que envolve o corpo humano. Se, à luz
do direito questionarmos os motivos que levam à criação de leis para
instituir garantias já adquiridas na Carta Magna, veremos que se torna
ainda mais dolorosa a ousadia em cultivar a discriminação racial. Todos
são iguais perante a lei, o que independe da cor da pele, raça ou credo.
Qual a necessidade em oferecer vantagens diferenciadas?
Por: Valderez de Mello
Inteligência não tem cor! Sabedoria, pertinácia e perseverança
independem do tom da pele que vestimos, graças à raça que a todos
iguala, descendência única, que irmana e une, ou seja, somos homines
sapiens.
Homens discriminando homens é o que revela o protecionismo
travestido de conquista social.
A discriminação resta retratada através de ofertas de vantagens e
atalhos para a conquista de oportunidades, o que diminui e muito a
autoestima do ser humano. Quando abrimos caminhos e ofertamos a trilha
pronta, retirando pedras e cascalhos, fazendo a varrição de espinhos,
indiretamente, estamos fazendo com que o caminheiro sinta-se incapaz,
impotente e comandado.
A maior riqueza do ser humano é a conquista de seus ideais através da
oportunidade do uso do livre arbítrio, arte personalíssima em conseguir
realizar projetos e subir ao pódio através da bravura.
Quando tiramos do homem o poder de realização através da capacidade e
discernimento próprios, realçamos sua impotência e ceifamos sua
dignidade. A grande descriminação é julgar o outro incapaz e torná-lo um
ser dirigido e dependente.
O sistema de quotas, favorecimento que escancara a falta de confiança
na capacidade dos beneficiados, prova, em letras carmim, que veio para
embaçar a realidade do ensino público que não oferece eficiência e
sequer eficácia. Justo seria reestruturar escolas, capacitar professores
e oferecer número suficiente de vagas. Presentear com atalhos
facilitadores não significa igualdade de condições mas deixa límpido que
o sistema de quotas nada mais é que o provisório definitivo para
ludibriar a quem tem direito ao ensino público de primeiríssima
qualidade, o que independe da cor da pele.
No dia dedicado à Consciência, guerreira invisível que luta por
direitos e valores, urge repensar que consciência não tem cor e habita a
alma de todos os seres humanos, filhos do mesmo Deus, que sem utilizar
sistema de quotas, a todos agraciou com racionabilidade! Afinal, somos
descendentes do Homo Sapiens!
Consciência tem cor?
Blogue luso-brasileiro: “PAZ”
Por: Valderez de Mello, poeta, escritora, advogada, pedagoga e psicopedagoga. Autora do livro Lágrimas Brasileiras e Trama e Urdidura. Membro efetivo da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas, Academia Jundiaiense de Letras e Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí.
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