Um
morador de rua acaba de pegar cinco anos e dez meses de prisão em
regime fechado por portar “Pinho Sol”. Isto mesmo! E não foi por ordem
dos concorrentes não, foi por ter sido considerado culpado na acusação
de portar artefato explosivo. Por: João Jorge Braga
O nome do condenado é Rafael Braga Vieira (não somos parentes), 26, e
ele foi detido em 20 de junho, dia da maior manifestação ocorrida no
país (no mesmo momento havia manifestações em mais de cem cidades
brasileiras), onde mais de um milhão e meio de pessoas protestaram sob
as mais diversas coisas, dentre elas a ética e a decência, por exemplo.
A acusação foi toda baseada apenas em depoimentos de policiais, que
alegaram, como se todos fossem químicos consagrados, que ele poderia
fazer um coquetel molotov. Poderia, mas não fez. E, será mesmo que
poderia? Ou será que ele estava com tal excelente desinfetante apenas
tentando limpar as “sujeiras” do país, sujeiras estas que também
emporcalham nosso poder judiciário.
Ainda cabe recursos à sentença, mas só fico na dúvida se este pobre
catador terá as mesmas chances e condições de se valer dos diversos
recursos de defesa que tiveram os bandidos do Mensalão.
Por outro lado, nenhum único policial militar foi preso por atirar a
esmo na população durante os protestos de junho a setembro, deixando
centenas de feridos e algumas pessoas cegas. Ninguém punido por promover
uma chacina na Maré, por exemplo. Quantos presos pela morte de um praça
no centro de treinamento da PMERJ? Nenhum. Quantos presos por espancar
os professores? Nenhum.
E olha que quando me disseram que a justiça era cega, eu não acreditei!
Para não acharem que eu estou louco, que me droguei de calmantes ao dormir e tive este sonho bestial, vejam aqui a matéria que foi publicada no jornal Folha de São Paulo,
que costuma ser bem mais imparcial com relação às notícias do Rio de
Janeiro, já que não é afagado com verbas governamentais cariocas e/ou
fluminenses de publicidade, se é que me entendem.
Por: João Jorge Braga é natural de Minas Gerais.
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