O povo: são os dominados, na conversa midiática tudo se resolve

O jurista Fábio Konder Comparato dedicou boa parte de seus 77 anos de idade a defender o interesse público. Ele esteve diretamente envolvido em algumas das mais importantes causas da política brasileira nas últimas décadas. na entrevista ao Viomundo em sua casa, traz ele mesmo as bandejas de água e café. Conta que ao longo da vida fez muitos amigos e muitos inimigos. É compreensível: em cima do muro, nunca ficou.

Tentou impedir a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, em maio de 1997. Quase conseguiu. Num dos trechos da entrevista, abaixo, quando também fala sobre o leilão de Libra, conta que na ação que ajudou a mover contra a venda da mineradora ganhou em primeira instância. Mas a causa foi transferida para o Rio de Janeiro onde, por “ordens superiores”, a juíza revogou a decisão inicial.
Em sua entrevistas, Comparato frequentemente toca no episódio que, segundo ele, “moldou a sociedade brasileira”:

Comparato foi o autor do projeto de Constituição do PT, aquele que foi derrotado em 1988 no Congresso Nacional — razão pela qual os petistas não apoiaram o projeto que foi aprovado.


Uma recente declaração de Lula, durante a festa de 25 anos da Carta, fez com que Comparato confirmasse sua avaliação crítica sobre o ex-presidente:

 O projeto que Comparato escreveu ainda não previa o instituto do recall, como existe hoje na Venezuela


Para Comparato, a privatização da Companhia Vale do Rio Doce — que controla as maiores reservas de minério de ferro do mundo e contra a qual ele batalhou — foi um crime de lesa Pátria. Menos pelo valor da empresa, mais por entregar a estrangeiros os mapas geológicos que resultaram de anos e anos de pesquisa dos estudiosos da estatal brasileira. Segundo ele, as ações movidas para reverter o resultado do leilão na Justiça estão paradas.

Mas o jurista considera o leilão de Libra, recentemente realizado pelo governo Dilma, algo ainda pior:



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