Política no RN

Dando uma rápida olhada no meu Feed de Notícias, percebi que algumas pessoas expressam o sentimento de vergonha diante da instabilidade que a política mossoroense, e agora, norte-riograndense está vivenciando. Particularmente, o meu sentimento não é de vergonha, mas de satisfação, uma vez que tenho o prazer de testemunhar momentos únicos da história local, um momento em que a justiça local e regional demonstram o mínimo de racionalidade no que diz respeito as provas materiais e incontestáveis insertas nos autos processuais os quais estão sendo apreciados pela justiça eleitoral. Não pretendo "tripudiar" em face da insatisfação alheia, mas apenas demonstrar que esses são meros resultados inevitáveis em decorrência da verdadeira desordem estabelecida no Poder Executivo. É o espelho de uma realidade política que vigora, por muito tempo, as custas da cegueira social, é o pequeno indício de que a Justiça, pelo menos a local, tem o poder de estabelecer os verdeiros princípios do direito vigorante na democracia: a honestidade, a transparência, o direito coletivo em detrimento do individualismo, a solidariedade e, mais especificamente, uma administração decorosa. Muito pelo contrário, não sinto vergonha da instabilidade política que vivencio hoje, sinto uma imensa satisfação de ver que nem todos estão inertes ao corporativismo e aos crimes de colarinho branco. Sinto euforia, não pela presença da corrupção, mas por saber que ainda existem pessoas, inclusive dentro do Poder Judiciário, que tenta extirpar o câncer social que dilacera a saúde coletiva. Na verdade, vejo a instabilidade política do Rio Grande do Norte e da Cidade de Mossoró, como um período necessário para uma ulterior pacificação, mas uma pacificação que respeita todos os limites da legalidade, bem como o da legitimidade. Foi assim, por exemplo, na Revolução Francesa, período em que estabeleceu intensas lutas políticas, ideológicas, o qual a estabilidade era o termo que menos se pronunciava, no entanto, foi o momento crucial para a introdução de diversos direitos humanitários e para o desenvolvimento dos aspectos primordiais de uma democracia. Confesso, todavia, que não espero muito da política mossoroense, tampouco, da norte-riograndense, uma vez que a sua gênese já se mostra demasiadamente viciada, mas, declaro, ainda, que a decisão do Tribunal Regional Eleitoral proferida hoje, reacendeu uma ponta de esperança de um pouco de honestidade, honradez e transparência na formulação da política local e estadual. Era isso.

Por: Iháscara Cardoso Alves, Estudante de Direito da UERN, Via: Facebook

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