A presidente Dilma Rousseff
visitou na manhã desta segunda-feira o porto de Mariel, importante investimento
brasileiro em Cuba. Ela usou o evento para agradecer pelo envio de médicos para
o Brasil e para criticar o embargo americano a Cuba.
Fonte: BBc Brasil
"Quero aproveitar para
agradecer em público o governo e ao povo cubano pela enorme contribuição ao
sistema de saúde brasileiro por meio do programa Mais Médicos", disse a
presidente, afirmando que os médicos cubanos estão tendo "grande
aceitação" entre o povo brasileiro. Também disse que o programa é uma
prova de solidariedade e cooperação nas relações entre os dois países.
Enquanto Cuba investe no envio de
médicos ao Brasil, o governo brasileiro viabilizou, por meio de crédito de US$
682 milhões do BNDES, a construção da primeira etapa do porto de Mariel.
Quando estiver concluído, esse
deve ser um dos maiores portos da América Latina.
Zona especial
A maior parte do complexo foi
construída pela Odebrecht. Segundo a presidente, cerca de 400 empresas
brasileiras participaram do projeto.
Dilma também anunciou
investimento de US$ 290 milhões em uma segunda etapa para a construção da zona especial
de desenvolvimento de Mariel.
Trata-se de uma zona franca nas
quais indústrias e empresas brasileiras teriam interesse em se estabelecer para
exportar para países da América Central e, em um eventual fim do embargo
americano a Cuba, para portos da costa leste dos EUA.
A presidente brasileira afirmou
que "várias empresas" já teriam interesse em se instalar na região.
"Mesmo sendo submetido ao
injusto bloqueio econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio
do Caribe", afirmou Dilma.
No porto deve vigorar um sistema
diferente do resto da ilha, onde empresas terão poucas restrições para
contratar, contarão com isenção de impostos e não serão obrigadas a se associar
a companhias estatais.
Mas por enquanto o que se vê na
área é muito mato intercalado com algumas plantações, umas poucas casas e
praias paradisíacas.
Segundo analistas, o investimento
em Mariel é uma aposta do governo brasileiro no futuro de Cuba. As autoridades
esperam que quando o embargo chegar ao fim o país pode se tornar um importante
posto avançado de exportação para os EUA de empresas brasileiras.
Embargo
Segundo Dilma, o porto inaugurado
hoje tem capacidade de receber navios de classe pós-Panamax, ou seja, de grande
porte com um calado (parte que fica sob a água) de mais de 18 metros. O
terminal deve movimentar uma carga aproximada de 1 milhão de contêineres.
Dilma participou da inauguração
ao lado do presidente Raúl Castro. Também estavam presentes os presidentes da
Venezuela, Nicolás Maduro, da Bolívia, Evo Morales, e do Haiti, Michel
Martelly, e outros chefes de Estado.
Na tarde desta segunda, Dilma se
reúne com Raúl Castro no palácio presidencial. Na terça, ele deve participar da
cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Fonte: BBc Brasil
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