Por: Antônio J. Rettenmaier
De nada adianta falar muito e dizer pouco. Seja direto. Franco.
Sincero. Mas jamais esqueça pequenos detalhes. Nunca diga o que
pensa, sem antes pensar no que vai dizer. De nada também adianta pensar
no que vai dizer, se isto não sente. E se sente, diga a verdade. Toda
ela. O grande defeito do ser humano através dos tempos. Ter medo de
sentir. E maior medo ainda de dizer. E mais. Sempre usar meios termos
para dizer. E na busca de caminhos para chegar, fica em cÃrculos. Busca
sempre o caminho mais longo. E normalmente, quando chega, já foi. De
nada adianta depois pensar, sentir, e dizer. Eu deveria ter feito
diferente. E então assumimos outra grande verdade em nós.
Jamais saberemos o que poderia ter acontecido se tivéssemos pensado
no que dizer, e dizer o que sentÃamos. E quando assumimos esta verdade,
ficamos só sentindo. Sozinhos. E sem endereço para nossa vasta
explanação. Porque deixamos de ser telegramas de nós mesmos. É que
sempre tributamos aos outros o não nos entender. Ouvir. Sentir o que se
está a dizer. Porque poderiam usar um passe de mágica e adivinhar, ora.
Nesta barafunda de falar sem nada dizer, dizer sem nada falar. Até
porque com tantas meias verdades de hoje, fica difÃcil. Como ouvir o
realmente sentir. Como entender o pensado.
Alguns classificam como
brincadeira de gato e rato. Mas tanto o gato quanto o rato podem cansar.
E um deixar no meio a brincadeira. E não nos enganemos. Sendo capazes
até de confundir. Quem era o gato e quem era o rato.
De qualquer forma, antes de dizer o que pensa e sente. Saiba primeiro
o que quer. Se souber, então sim. Sempre diga. O que pensa. E sente. E
quer.
Por: Antônio Jorge Rettenmaier, cronista, escritor e palestrante. Esta crônica está em mais de noventa jornais impressos e eletrônicos no Brasil e exterior.
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