Política: não tem mais solução

É de Shelley o comentário de que o poder envenena as mãos que o tocam. Melhor exemplo não existe do que o PT, hoje. O PSDB, ontem. Mais atrás o PMDB. Sem falar nos penduricalhos, pequenos partidos agrupados em torno de um maior, e é claro, de seu governo, de suas benesses, nomeações e favores.
 Por: Carlos Chagas
Poderia ser diferente? Só num outro planeta. O governo que exerce o poder, junto com seu partido, precisa do Congresso para implementar seus planos e programas. Além desprestigiar a legenda a que pertence, deve ampliar sua influência até os imprescindíveis complementos que garantirão a maioria. Só por milagre um governo detém o controle político apenas pela força de seu partido. Ainda assim, quando no começo do governo Sarney o PMDB conseguiu a metade mais um de deputados e senadores, estava dividido em tantos grupos internos e conflitantes que necessitou valer-se de alianças.

A conclusão é de que o mal repousa no quadro partidário, mas engessá-lo seria pior. Acabaríamos no sistema de partido único, próprio das ditaduras fascista e comunista. Melhor para a democracia o fracionamento do que a unidade forçada. A cláusula de barreira não vingou, dela não se cogita mais, sequer na longínqua reforma política que não virá nunca, muito menos através dessa absurda Assembléia Constituinte Exclusiva sonha pela dupla Lula-Dilma.

Sonho assim, fazer o quê? É sonho de noite de verão esperar que o Poder Judiciário se encarregue de punir, acionado pelo Ministério Público, cada abuso praticado pelos partidos agarrados ao poder. O Mensalão pode ser tido como exceção. Os estrilos e denúncias da oposição mostram apenas que ela está de olho na possibilidade de conquistar o poder para armar seus esquemas próprios de dominação do Congresso, com a mesma distribuição de facilidade para o seu partido e os aliado.

Não tem solução essa armadilha do pluripartidarismo. A alternativa seria mais trágica ainda, como demonstram os tempos de Arena e MDB, no regime militar. Os partidos do “sim” e do “sim senhor” subordinavam-se ao poder discricionário do partido fardado.

Se por hipótese hoje remota da vitória de um dos dois adversários da presidente Dilma, nada mudaria. em torno do PSDB ou do PSB se armaria a mesma teia hoje centralizada no PT. Quem quiser que decifre esse enigma.

Fonte: Tribuna da Internet

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