O diagnóstico que a delegada Kalina Leite(Foto) faz dos últimos 90 dias
como interventora da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente
(Fundac) é de que a instituição chegou ao “caos” devido a uma falta de
gestão e à interferência política na indicação de servidores sem
observação técnica. Para ela, as unidades socioeducativas do Rio Grande
do Norte se encontravam em uma situação “assustadora, na essência da
palavra”.
Por: Paulo de Tarso, Portal no Ar
Kalina Leite conta que encontrou as unidades de cumprimento de
medidas socioeducativas para adolescentes sem as mínimas condições de
estrutura e salubridade. “As unidades estavam com suas estruturas
úmidas, sujas, escuras, uma situação realmente precária”. Por causa
dessas deficiências, a capacidade de atendimento das unidades estava
reduzida pela metade.
Outro problema grave, na opinião da interventora, é de gestão de
pessoal. “Muito se comentou que a Fundac tinha muito servidores. Quando
cheguei, havia quase mil servidores na Fundação. Boa parte deles com
muito tempo de serviço. Eles foram cedidos por ouros órgãos ou colocados
aqui após a extinção de outras instituições. Porém, notamos muitos
estão querendo agora se aposentar. Isso porque eu tenho dito que a eles
que a finalidade da Fundação é o atendimento das unidades
socioeducativas. Mas, muitos deles jamais trabalharam com medidas
socioeducativas e sequer tem afinidade com esse serviço. Por isso eles
preferem se afastar”.
Para a delegada, a causa disso está no chamado “apadrinhamento
político”. “Ouço muitos dizerem: no tempo do deputado fulano, as coisas
eram assim. Os cargos comissionados eram indicados por interferência
política, o que prejudicou muito o atendimento da Fundação”.
Kalina Leite acredita que a situação da Fundac chegou a esse ponto
por três motivos principais. “Uma coisa é fato: houve falta de gestão.
Mas a impressão pessoal que tenho é de que a atual governadora não
acreditou que a situação estava dessa forma. Outro ponto é de que, desde
um passado recente, as indicações dos servidores para trabalharem na
instituição sofriam interferência política afastada da observação
técnica”.
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