Naquele dia de Domingo parecia como
outro qualquer mais não era, em 1977 o
mundo tinha perdido um ídolo do rock
mundial Elvis Presley coisa que eu ainda não entendia muito bem, astro do rock,
sei não! Os Brasileiros, estávamos embalados pelos sucessos de Raul Seixas: “eu
nasci a dez mil anos atrás”, o Grande Tim Maia “Sossego”, ainda quem não se
lembram de Antônio Marcos, aquela voz “Eu hoje estou tão triste, pois eu queria
tanto conversar com Deus...” Paulo Sérgio com a música tocada quase diariamente
assim “Meu filho Deus que lhe proteja e onde quer que esteja eu rezo por
você...” o Mossoroense Carlos André cantava “eu hoje quebro essa mesa se meu
amor não chegar...” ,o Rei Roberto Carlos fazia sucesso com a música “debaixo
dos caracóis...” etc. Na política a ditadura imperava nosso Presidente era o
General Ernesto Geisel. E então... Falávamos pouco sobre qualquer coisa apenas obedecíamos
ordens os menores dos mais antigos e esses dos chefes locais e assim por
diante. Vamos lá pretendo ser breve, Eu ainda garotão pré-adolescentes já tinha
minhas responsabilidades que era encher
os botes de barro com água da cacimba funda enfim. Cedinho do dia cumpriria como de
costume com meus afazeres (tarefa) diária. Peguei minha bola de meia para brincar com meninada
vizinhança da rua, sem saber do que ocorria embora desconfiado de que algo no
ar existia de anormal, definitivamente era um dia atípico prova disso ouvimos ronco de carro olhamos todos na
direção do movimento e a zoeira enorme, a poeira subia alto, tomando chegada
encostou de frente a nossa humilde casa de barro. Logo percebemos eu com a
galerinha da meia que nosso pai, sim tinha mais 3 irmãos, o coroa desceu do automóvel longo e cochichava com os
senhores(as) presentes sempre andando rápido para um lado e para outro ao passo
que colocava as tralhas em cima do lastro do caminhão vermelho, sim os móveis
eram além dos potes, 1 Cristaleira, 1 mesa de pau antiga com seis cadeiras,
cama de casal, redes, 1 rádio de marca ABC, 2 cadeiras de balança fitilho,
roupas velhas enrolada numa trouxa de pano rasgada estufando pra fora, que eu
me lembro só isso e mais nada. Os
meninos coleguinhas me olhavam com a carinha de pena certos que estavam
perdendo mais um vizinho que nasceu e sobrevivido na medida do possível como
pobre mais honestamente, assim por falta de trabalho e de oportunidade para a
gurizada da época era costume daquela gente e afins, começamos a entender que íriamos
embora seria mais uma família que se deslocava daquele lugar a procura de algo
melhor para no entanto, tentar uma vida “decente” em terras longínquas. E assim foi feito. Obrigado pela preferência.
Por: Iram de Oliveira, Geógrafo
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