Às vezes me comporto como uma criança sim quando “viro” para o passado ainda moleque
na minha cidade natal (janduis) no interior do RN; a correr pelas calçadas indo e vindo sem compromisso com nada, brincando de bandeirinha
uma das coisas que não sai da memória é o passadiço no corredor do lado da casa
de minha vó Raimunda que colocava a mão em sua testa pra tapar o sol na vista,
ainda pegar água na cacimba no galão para
encher os potes de barro, caminhar no estreito corredor de terra batida para o
Espalha, apanhar fruta de oiticica, descansar em baixo da frondosa arvoredo do bode, há o jumentinho roxinha e
seu galope estranho que me deu banho de leite correndo atrás da eguinha comigo
em cima...
Mais um pouco do escriba e
pronto, a chuva que demora a chegar em
todo caso é torrencial no período chuvoso, o Rio umarí cheio de
barreira-barreira que a meninada não podia chegar perto com medo de pêia dos
pais, só ao longe prestigiava o passar das águas barrenta que por sinal deixava
mato retorcido enlameados, as queimadas da serra, o jogo de bila e de bola, as brigas de tapas, dá milho as galinhas no terreiro, o porco marrento quebrando a
cerca, os bodes na canga, a vaca branquinha de vô Aristides Xavier...
Saudade, por que existe?
Por: Iram de Oliveira, Geógrafo
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