Falando de forma pejorativa Eu, o escriba sou do tempo
dos pneus “quadrado” ou que a “roda grande” entra na pequena!
Pois bem,
quando chegamos (A família) em Mossoró em 1977 vindo de uma das cidadezinhas
interiorana do RN , fomos morar num quartinho alugado no bairro Bom Jardim em
que, a geladeira era um pote de barro, cadeira de pau, via TV pela janela do
vizinho, banheiro era armado de forquilha protegida pelo um pano ao sol, a
nossa mãe cozinhava em um fogareiro velho a carvão era assim e daí para pior...
Infelizmente.
Então, fome era toda hora, todo dia e sempre... Para completar veio
junto os (5) cinco anos de seca de 1979/83 em que, Eu e meu irmão mais novo por
exemplo: escapávamos na Cobal pegando balde das madames que por lá fazem
compras. O governo federal do Militarismo da época doava um tipo de feijão
preto para as famílias que passava quase o dia na panela e não cozinhava de tão
duro que era assim é demais...
Um fato que me marcou para sempre daquele período tosco, foi quando
íamos para a Cibrazem (prédio de zinco) “atacar” os caminhões carregados com
mercadoria, em conjunto com a multidão de pessoas (pais e mães de família)
famintas por alimentos não perecíveis.
Hoje, estamos de novo passando por um período de estiagem amena, á 5 anos de seca e ninguém fala em
miséria ao ponto de saquear nada do tipo...
São os novos ares, novos tempos uma nova vida, pois é.
Por: Iram de Oliveira, geógrafo
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