Pensamento...

Resultado de imagem para pensar fotosPensar ou não pensar

Há algo de tão simples e ao mesmo tempo tão indecifrável em nosso cotidiano.
Indecifrável à medida que, de um momento para o outro esquecemos o que é a simplicidade e, pendências a serem resolvidas, decisões a serem tomadas, ações que nos possibilitariam sentir o alívio que só é possível com a sua finalização… enfim, uma série de pequenos impedimentos vão se avultando à nossa frente e perdemos a força. Nem sequer ao menos nos lembramos onde paramos da última vez que empacamos.
E a partir daí, a bola de neve da organização dos afazeres toma uma enorme proporção e tal acúmulo faz-nos adiar ainda mais as tarefas.
A procrastinação é um elemento que atua sobremaneira em nosso tempo e domá-la é quase uma ciência. A ciência do convívio com o cotidiano; de dividir o espaço com o – ora – insuportável; do não respeito à manutenção da ordem que nós próprios imputamos ao dia a dia; da antipatia com o que parece estar dando certo… a ciência do convívio com nossas dezenas de personalidades.
Sim, porque dar solução a pequenas (ou não tão pequenas) questões, resolver impasses, administrar dilemas, aceitar o “talvez” quando precisamos do não, prescindir do “sim” quando o queremos antes de tudo… todo esse movimento seria lógico e provavelmente preciso, caso usássemos tão somente a razão para cuidar de nossa agenda diária.
Mas parece que não é bem assim. O resultado disso não é encontrado numa soma matemática, pois nossos pensamentos ocupam vários espaços e vão se esparramando por lugares onde nem imaginamos, e também vão se distraindo aqui e acolá, contaminando-se com outros irmãos pensamentos que em nada colaboram para um final feliz.
E não bastasse isto – quilos de pensamentos, mais popularmente conhecidos como caraminholas – ainda temos um senhor deveras autoritário chamado “coração”, que cisma em ser radical, por vezes, e fazer de suas, por vezes, insanidades, a verdade irremovível.
Aí se instaura o comumente digladiar entre o simples e o complexo. E cabe-nos (a quem mais?) resolver tal pendenga, apartar conflitos, colocar panos quentes… E o que aconteceu é que deixamos de lado a possibilidade de resolver pequenos problemas, ali atrás, em seu tempo, para ganhar um outro, bem maior em largura e comprimento.
Pensar ou não pensar, eis a questão.
Fonte: “PAZ”
*Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora, reiacovino@uol.com.br

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