Jesus te ama

Imagem Jesus SoledadeAmar como Jesus amou

Era uma vez um rouxinol que visitava o jardim de uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Nela, um jovem triste que gostava de pão, sempre deixava cair farelos no jardim e, o rouxinol, acreditava que o rapaz os jogava de propósito para alimentá-lo. Assim, criou-se um grande afeto entre eles.
Um dia, o jovem desolado falou ao jardineiro que queria uma rosa vermelha no jardim, e soube que poderia ter petúnias, violetas, cravos, menos rosas naquela época do ano. Escutando a conversa, o rouxinol ficou penalizado pela tristeza do rapaz e quis fazer algo para ajudar o amigo. Assim, a ave procurou um pássaro sabido, que lhe explicou:
– Na verdade, você pode conseguir imediatamente uma rosa vermelha, mas o sacrifício é grande e poderá lhe custar a vida!
– Não importa. O que devo fazer?
– Bem, você terá que se emaranhar na roseira sem flores e ali cantar a noite toda, sem parar. O esforço é imenso e seu peito pode não aguentar.
– Assim farei. É para a felicidade de um amigo.
Quando escureceu, ele se apertou nos galhos da roseira que ficava em frente à janela do jovem e se pôs a cantar. Seu canto tinha que ser mais alegre, porque precisava caprichar na formação da flor; porém, antes da rosa nascer, um grande espinho começou a entrar no peito do rouxinol cansado. Quanto mais cantava, mais o espinho entrava, mas ele continuou pela felicidade do amigo. E do peito da pobre ave escorreu sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira e deu origem à mais linda rosa vermelha que já se viu.
Pela manhã, ao abrir a janela e olhar o corpo inerte do rouxinol, o jovem disse:
– Que estúpido! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio à roseira que tem espinhos!
Daquele dia em diante, os farelos de pão se acumularam no jardim, mas a rosa colocava um pouco mais de alegria no peito daquele jovem paraplégico.
Pois é, cada um dá o que acumula no coração. Às vezes, doamos o que temos de melhor, enquanto outros, recebem tudo friamente com os corações de pedra. E exemplos mostrando o lado bom e ruim das pessoas não faltam; aliás, vemos mais casos tristes do que felizes a cada dia. Leia este e veja se gosta:
Uma menina de cabelos compridos estava sozinha em casa. De repente, desligou a televisão, foi ao banheiro e pegou uma tesoura bem afiada. Em frente ao espelho, começou a cortar o cabelo até ficar bem curto. Correu, então, à porta da sala à espera do irmão.
Quando ele chegou com os pais, a menina entregou-lhe todo aquele cabelo cortado, dizendo:
– Isto é para você. Agora já tem bastante cabelo, como eu!
O menino era careca porque se tratava de câncer e estava voltando de mais uma sessão de quimioterapia. Abraçando a irmã, foram correndo brincar no quintal.
Isso também é prova amor, não é? Uns doam cabelos; outros, os rins; e Jesus nos deu todo o sangue que tinha nas veias, doando a própria vida! Em reconhecimento a isso, hoje Ele nos pede um pouco do nosso tempo para: ir à missa, ler a Bíblia, rezar o terço, perdoar e amar o próximo. Dá para fazer tudo isso sem derramar uma gota de sangue ou perder um fio de cabelo, concorda? Só não pode existir preguiça na mente e falta de fé no coração. O Papa Paulo VI um dia disse: “Quem é preguiçoso ofende o Espírito Santo!”
Esse é o primeiro passo para amar como Jesus amou. Falando assim, parece impossível chegar a tanto, mas só consegue quem persevera nos caminhos da santidade. Se, a cada dia, crescermos um pouco mais em espiritualidade – rezando e praticando a caridade –, em alguns anos já estaremos próximos do amor que Deus tem por nós! Não foi assim que os mártires se tornaram santos?
O problema maior é que alguns, fracos na fé, ficam inertes aos chamados do Céu, apenas vendo o tempo passar. Nesses casos, fica realmente difícil perdoar, agir com humildade, praticar a justiça e acolher o irmão que sofre. Se não fizermos isso por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, também não merecemos viver em paz, ser perdoados e ganhar um lugar no Paraíso.
A justiça divina não falha e acredito que todos concordam que temos o dever de retribuir os dons que de graça recebemos. Lembre-se sempre da ‘parábola dos talentos’ e não vacilará em servir a Deus.
Pois bem, enquanto temos saúde, podemos diversificar as ações e correr atrás da santidade com as próprias pernas; faltando uma melhor condição física, só restará o amor e a oração.
E então, seria necessário isso acontecer para amarmos como Jesus amou? Somente os doentes podem fazê-lo em plenitude? É preciso ficar preso a uma cama para nos santificarmos?
Pense nisso e sinta o quanto a vida lhe dá de bom e de belo para colocar em prática os seus talentos na evangelização. E quem disser que não sabe por onde começar, pergunte a um cursilhista. Estamos em toda parte e temos experiências maravilhosas com Deus, como aconteceu novamente este final de semana no Cursilho de Bom Repouso.
Decolores!
Fonte: “PAZ”

*Paulo Roberto Labegalini é escritor católico, professor doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

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