Estudar, até quando?

Resultado de imagem para estudar fotospor: José Renato Nalini 
Resposta: nunca! O século XXI propõe um padrão de vida em que o estudo é parte obrigatória. Durante toda a existência útil, a pessoa precisa continuar a estudar, a aprender, a se reinventar. A pesquisa “O Futuro do Trabalho”, levada a efeito no Fórum Econômico Mundial em 2016, indicou que 65% dos líderes globais consideram a capacitação das equipes para a solução de problemas complexos o maior desafio desta era.
Isso em virtude da alucinante revolução tecnológica ora enfrentada. Se na década de 90 o conhecimento tecnológico dobrava a cada quinze anos, hoje ele dobra a cada dezoito meses. Quem não se atualizar verá desaparecer a sua competência e capacidade de sobreviver.
Não é apenas estudar as novas tecnologias. É saber usar aquelas disponíveis e combinar conhecimentos antigos com as descobertas recentes. Habilidades quais o empreendedorismo, técnicas e criatividade, resolução de problemas inventivos, Design Thinking, talento para persuadir, empatia, compreensão, tudo isso faz parte de um menu que a contemporaneidade oferece a quem quiser subsistir com dignidade e com alegria.
Ninguém deve esperar o convite do patrão, mas o segredo é ser proativo. Quem tem curiosidade chega lá. Quem precisa de empurrão não pega nem no tranco. Cada profissional tem de se perguntar, a cada dia, se aquilo que faz pode ser feito de melhor forma, em menos tempo, com dispêndio menor de recursos e energia. E também se auto-indagar se continuará a fazer isso nos próximos anos ou se enxerga maneira mais esperta de chegar ao mesmo resultado.
Ninguém mais poderá se refugiar nas certezas, pois o inesperado surge e a incerteza é a única realidade com que se pode contar. A educação está a enfrentar uma luta incomensurável: não se pode ensinar aquilo que não se sabe o que vai ser. A maioria das profissões com as quais acenamos aos nossos estudantes não existirá dentro de vinte anos. E o que surgirá no lugar? Não há dúvida de que haverá o que fazer, só que isso ainda não tem nome. Cumpre a nós todos adivinhar o que virá!
Só a mente criativa, imaginativa e ousada de jovens audaciosos é que poderá ajudar a humanidade a encontrar caminhos dignos diante de um futuro tão repleto de mistérios.
*José Renato Nalini é desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, secretário da Educação do Estado de São Paulo, imortal da Academia Paulista de Letras e membro da Academia Brasileira da Educação. Blog do Renato Nalini.

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