O futuro

Resultado de imagem para medo do futuro fotosMedo do futuro: as idéias negativistas

por: Eduardo Aquino
Antes de mais nada, vale a advertência: quem teme o futuro não semeia o presente e assim terá eternamente uma entressafra que tira o prazer em viver. Posto isso, vale a pena viajar para o outro lado do mundo e ver a cultura japonesa. Japão é um país à parte: um conjunto de ilhas super habitadas, onde quase não houve mistura racial, portanto, uma genética pura – vide a aparência e as características físicas que dão sensação que todos são parentes próximos.
Isso faz do japonês um povo que tem características comportamentais muito demarcadas, para o bem ou para o mal. Algumas delas: perfeccionismo, mania de limpeza, organização, excesso de culpa quando erra (a ponto de cometer haraquiri, ou suicídio com espada), autoritarismo, rigidez, excesso de trabalho e medo do futuro.
Li outro dia que foi localizado uma caderneta de poupança de tradicional banco japonês, aberta em 1907, que há sete gerações vem depositando e ninguém nunca utilizou ou retirou! Além de ser o povo que mais poupa e menos tem lazer.
Futuro não existe do ponto de vista do cérebro. O computador divino apenas processa o que a mente processa. Toda vez que a mente projeta um futuro ruinoso, em que o temor de perda, o sofrer antecipado, as projeções negativistas e pessimistas ocupam os pensamentos e sentimentos, o coitado do cérebro passa a emitir sinais de alerta, acionando um sinal crônico de estresse. Essa “pensação” disparada, de conteúdo trágico, sempre esperando o pior, faz com que a glândula mãe, que é a hipófise, mantenha dois hormônios – cortisol e a famosa adrenalina – em níveis elevados e perigosos na corrente sanguínea.
Daí a ter insônia, aperto no peito e viver angustiado, triste, ansioso e cheio de sintomas físicos é um pulo. Temos dito, repetidamente, pois educar é a arte de repetir até assimilar: o que mais nos adoece é o pensar errado! Se a mente projeta pensamentos, sentimentos e desejos negativos, o cérebro e o corpo padecerão.
Muitas vezes não está na pessoa; pode ser que o centro que controla e administra emoções e estresse esteja com um erro de funcionamento que exige tratamento medicamentoso. Mas o processo de terapia que permita à pessoa ter consciência, percepção do mecanismo doentio e que dê alternativas para que possa mudá-lo é o que cura. É preciso pensar diferente, agir diferente.
É a arte do relaxamento, de desacelerar o pensamento e entender o tempo natural das coisas, pois o passado é fonte de aprendizado, o presente é o tempo de ações positivas, e o futuro, consequência da boa semeadura. Calma, serena, desapegadamente. Viver um dia de cada vez é um bom começo.
Fonte: Jornal O TEMPO

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