A queda de braço entre o grupo Riachuelo e o Ministério Público do Trabalho, numa polêmica que envolve uma multa de R$ 37,7 milhões, é um primeiro sinal do que pode ocorrer com mais frequência, passada a “modernização” trabalhista, como preferem chamar os defensores da causa. Cientes do descumprimento de direitos básicos, gigantes empresariais, como a Riachuelo, entram num confronto com a justiça, sob o argumento único da geração de emprego e renda. Mais que isso, invertem a lógica da situação colocando a justiça do trabalho como vilã da história. Em boa parte, contando com apoio do discurso da grande mídia e dos governos.
No cerne do trabalho do Ministério Público está a terceirização. Gigante especializada na produção de roupas, a Guararapes – indústria do grupo Riachuelo – ampliou a produção terceirizada, através do programa Pró-Sertão, tendo grande parte de seus produtos feitos em pequenas facções instaladas no Seridó potiguar. Sobre estas pequenas fábricas, o grupo exerce forte controle mas nenhuma responsabilidade com as pessoas empregadas por elas. É nisso que os procuradores enxergam uma das principais irregularidades.
Via: Chico Gregrorio
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