Nas últimas décadas, as
preocupações com o meio ambiente levaram inúmeros governos, institutos de
pesquisas e universidades a financiar estudos sobre a preservação da natureza.
Em um trabalho publicado recentemente, após
diversos cálculos realizados nos últimos anos, cientistas americanos e britânicos
chegaram à conclusão de que a preservação também é lucrativa.
A revista científica Science
afirma em recente reportagem que, de maneira direta, perdem-se cerca de US$ 250
bilhões por ano com a destruição e o comprometimento de habitats naturais. Essa
estimativa foi feita através da análise de ecossistemas que foram profundamente
alterados por atividades econômicas. Todos os ambientes analisados mostram que
os lucros obtidos com a exploração são inferiores aos que esses espaços
poderiam oferecer caso fossem preservados. A pesquisa aponta que mais da metade
do valor de um ecossistema se perde quando ele é alterado pela ação humana.
Os pesquisadores mostraram-se
surpresos com os números favoráveis à preservação, principalmente com a
proporção dos lucros que seriam obtidos pela manutenção do equilíbrio ecológico.
Segundo a equipe de cientistas, o
ritmo de destruição do meio ambiente atinge 1,1% ao ano em escala global desde
o início do controle, após a Rio-92.
Para avaliar um ecossistema, os
pesquisadores levam em conta os produtos e serviços que ele pode oferecer.
Os itens mais importantes são a
regulação climática, a água potável, o controle de erosão e as plantas e
animais que podem ser aproveitados para alimentação humana. Mesmo sendo difícil
calcular o valor desses itens, é possível calcular quando custaria
substituí-los.
Entre os ecossistemas estudados
estão uma floresta da Malásia transformada em alojamento, uma floresta tropical
de Camarões destruída para ceder lugar À agricultura e uma barreira de corais das
Filipinas dinamitada para pesca. Em todos
os casos, os lucros obtidos por aqueles que exploravam essas atividades eram
cerca de cem vezes inferiores ao valor que esses ecossistemas teriam para a
humanidade se fossem preservados. Das florestas poderiam ser retirados pescados
e outros frutos do mar de maneira racional, mantendo assim suas potencialidades
de forma infinita.
De acordo com os cálculos dos
cientistas, manter uma rede global de preservação das reservas naturais custaria
cerca de US$ 45 bilhões ao ano, investimento que daria um retorno estimado
entre US$ 4,4 trilhões e US$ 5,2 trilhões.
A falta de informação é a grande
inimiga do meio ambiente; se essas informações fossem propagadas com apoio
técnico, certamente os habitats naturais teriam sido preservados.
Ainda segundo a pesquisa deve-se
alterar a noção de lucratividade. Seria um grande passo para a humanidade
contabilizar como prejuízo a destruição do meio ambiente e não como lucro a
comercialização dos produtos retirados. Com certeza, seria suficiente para
conscientizar os agentes econômicos da necessidade de preservação.
Por: James e Mendes
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