Levantamento feito pela ABED também mostrou que inadimplência preocupa as instituições de ensino do país
Censo da EAD (Educação a Distância), realizado pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), aponta que neste período de pandemia o número de matrículas na modalidade aumentou em 50%, mas para 70% dos que responderam a pesquisa, o impacto da crise financeira agravou a inadimplência e a evasão escolar.
Para a realização da pesquisa, a associação contou com a participação de 51 instituições de ensino de praticamente todo o país, sendo 78,43% das respondentes pertencentes ao setor privado e 21,57%, ao setor público. Além de instituições de ensino superior, participaram da pesquisa escolas de ensino fundamental e médio.
Para Betina Von Staa, coordenadora da pesquisa, o estudo possui duas vertentes. A primeira é a avaliação positiva da modalidade. "O EAD oferece qualidade e condições de flexibilidade ao estudante, permitindo o aprendizado colaborativo e tecnológico", explica. "A metodologia de ensino a distância tem avançado bem nos últimos anos no Brasil, principalmente para os cursos do ensino superior, oferecendo atendimento personalizado como a aproximação entre aluno e professor (ensino-aprendizagem) e isso tem tido resultados satisfatórios", diz.
O segundo ponto apontado pela coordenadora da pesquisa, no entanto, é negativo e diz respeito ao índice do abandono escolar, seguido pelo aumento das taxas de inadimplência. Segundo Betina, este fato se deve a crise econômica. "Nós já tínhamos um problema de evasão escolar, mas que acentuou nesta pandemia. Alunos que não se adaptam às novas ferramentas digitais ou que não se identificam com o curso escolhido já abandonavam a modalidade antes". Para ela, no atual momento, "estudantes em ascensão profissional e a redução salarial ofertada contribuem para os índices de desistência".
Dados do censo indicam que para 21,6% das instituições que participaram do levantamento, a inadimplência aumentou 50%. A taxa de evasão nos cursos de ensino a distância aumentou em até 50% em 27,5 instituições.
O estudo informa que para mais de 70% a crise econômica é a responsável pela evasão escolar e pedidos de descontos. Outros 47,1% atribuem à dificuldade dos alunos de se adaptar ao ensino remoto emergencial.
Ela ainda explica que enquanto houver pedidos de desconto pelos estudantes é sinal de interesse aos estudos, "cabe às instituições de ensino, de acordo com os protocolos internos, a negociação, a análise para prorrogação de pagamento ou recursos de financiamento estudantil ao aluno, para de evitar o abandono escolar", finaliza a coordenadora.
O estudo ainda mostrou que 34% das instituições de ensino viram um aumento significativo no número de matrículas dos cursos a distância e que a procura pela modalidade aumentou em até 50% durante a pandemia do novo coronavírus.
R7.com
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