STF diz que há provas suficientes contra militares por invasões terroristas

 

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideram que existem provas suficientes de crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas nas invasões terroristas cometidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, no dia 8 de janeiro. Os crimes, segundo membros da Corte ouvidos pelo repórter Guilherme Amado, do Metrópoles, podem ter sido cometidos em dois momentos.

No primeiro momento, ao impedir a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) de imobilizar os atos golpistas, militares de patentes mais altas permitiram que os locais servissem como uma “central terrorista”, em que os simpatizantes de Bolsonaro arquitetaram e iniciaram os ataques.

Na noite do 8 de janeiro, a proibição foi feita novamente, dessa vez, por parte do Comando Militar do Planalto do Comando do Exército. Os dois informaram as autoridades que não permitiriam a remoção. O comandante do Exército, o general Júlio Cesar de Arruda, “ameaçou” o comandante da Polícia Militar, o coronel Fábio Augusto Vieira, falando que a sua tropa era maior que a PMDF.

 Após ser preso, o coronel Jorge Eduardo Naime, que era o comandante de Operações da PMDF, em depoimento, afirmou que também havia sido proibido de desmontar o acampamento em dezembro, ainda no governo Bolsonaro, quando o Exército era comandado por Marco Antônio Freire Gomes.

Então, considerando a série de possíveis crimes dos militares, mesmo que ainda não comprovados pela Justiça, os ministros enxergam um conjunto de provas concretas, formadas pelos depoimentos já prestados e outros que ainda deverão ocorrer. As investigações sobre os atos continuam.

 Além disso, a comprovação de conivência e omissão proposital está constatada pelos vídeos, que mostraram a Guarda Presidencial do Palácio do Planalto, a sede da Presidência, formada por militares do Exército, que permitiram o palácio ser destruído ao não fazerem nada contra isso.

Ainda existem diversos registros, divulgados pelos próprios criminosos, e por relatos de servidores do Planalto, que revelaram que os militares da Guarda Presidencial queriam deixar os golpistas saírem do palácio sem ser presos.

DCM

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