A crueldade aconteceu pouco tempo depois da Proclamação da República "fake" do Brasil de 1889. Agora, por que degola? Ora, porque era rápida, silenciosa e barata.
A Guerra da Degola, ou Revolução Federalista de 1893, foi um dos conflitos mais marcantes da história do Brasil, ocorrido no sul do país. Esse episódio teve como cenário principal os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e foi resultado das profundas divergências políticas e sociais que permeavam o país na virada do século XIX para o século XX.
O conflito teve suas raízes na insatisfação de grupos políticos e militares com o governo federal da época, liderado por Floriano Peixoto, que assumira a presidência após a renúncia de Deodoro da Fonseca. O descontentamento girava em torno de questões como centralização do poder, autoritarismo e decisões consideradas prejudiciais aos interesses locais.
Em 1893, estourou a Revolução Federalista, marcada pela divisão entre os "maragatos" (liberais) e os "pica-paus" (conservadores). No Rio Grande do Sul, a cidade de Bagé se tornou um dos epicentros do conflito. As batalhas eram frequentes, e o estado estava praticamente dividido entre os dois grupos rivais.
A crueldade que ficou conhecida como "Guerra da Degola" tem origem nesse contexto. O termo refere-se à prática de mutilar e degolar prisioneiros do lado inimigo. Essa brutalidade simbolizava não apenas a intensidade do conflito, mas também o ódio profundo que existia entre as facções.
Além das batalhas em terra, a Revolução Federalista também contou com confrontos navais. As forças revoltosas chegaram a tomar Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, por um curto período, mas a resistência do governo central conseguiu retomar o controle da cidade.
O conflito perdurou até 1895, quando as forças do governo conseguiram sufocar os revoltosos. No entanto, as cicatrizes da Revolução Federalista permaneceram por muito tempo na sociedade brasileira, refletindo a profunda divisão política e social que marcou o país nesse período.
A Guerra da Degola representa um capítulo sombrio na história do Brasil, destacando não apenas as tensões políticas da época, mas também a brutalidade que pode emergir em situações de conflito armado, deixando um legado de tragédia e lembranças amargas na memória coletiva do sul do país.
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