O documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae) deve sugerir o fim do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular, além da renovação e ampliação de metas do antigo Plano Nacional de Educação (PNE), cuja validade vai de 2014 a 2024. As discussões da Conae aconteceram entre domingo e esta terça-feira.
O documento final ainda está sendo redigido e deve ficar pronto até esta quarta-feira. Ele tem sido debatido desde setembro — primeiro em plenárias municipais e estaduais, até chegar à etapa nacional nesta semana. Participam da elaboração diferentes entidades da sociedade civil, como associações de estudantes, sindicatos de profissionais da educação, movimentos sociais e grupos de pesquisadores.
Entre as novas propostas estão:
- Fim do Novo Ensino Médio
- Revogação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
- Construção de um projeto curricular para o lugar da BNCC
- Educação de tempo integral (pelo menos sete horas de ensino diário) para pelo menos 50% dos estudantes
O Novo Ensino Médio sofre críticas tanto de especialistas na área quanto de parte dos professores e alunos. Definido pelo governo de Michel Temer e implementado desde 2022 nas redes de ensino, ele também está sob debate no Congresso, onde pode sofrer alterações.
Já a BNCC é um documento de referência com competências e habilidades que todos os estudantes devem adquirir por cada disciplina e etapa escolar. Ele começou a ser debatido em 2015 e foi homologado também no governo Temer, em 2017. Em seu lugar, o grupo propõe a construção de um novo projeto curricular.
Outra novidade incluída no documento é a ampliação da meta para vagas em tempo integral. O PNE que termina neste ano previa a ampliação para 25% das matrículas com mais de sete horas de estudo por dia. Agora, a meta é para que metade dos estudantes brasileiros atinjam esse patamar.
- Outras propostas que já estavam no antigo PNE e serão renovadas:
- Universalização da pré-escola a partir dos 4 anos
- Triplicar matrículas da educação profissionalizante no Ensino Médio
- Padrões de qualidade para a educação a distância no ensino superior
- Investimento de 10% do PIB em educação
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