Ano sim e ano também, a Secretaria de
Estado da Educação busca novas formas de destruir a gestão democrática e
se desfazer das suas responsabilidades com a rede estadual de educação.
O secretário Roni Miranda dá sinais
cada vez mais fortes de não confiar na nossa capacidade de trabalhar,
educar e gerir as escolas. Parece que, na “melhor educação do Brasil”,
tudo está errado e, no centro dos problemas, estão os(as) profissionais
da educação.
Como justificar de outra forma o modelo cívico-militar, com militares aposentados(as) recebendo R$ 5,5 mil de gratificação para “botar ordem” na escola? Ou o PL 43/2024, que autoriza a entrada de pessoas e entidades estranhas para dizer como devemos educar?
Agora, o governo ameaça retomar o projeto “Parceiros da Escola”, uma excrescência sem paralelos no país e no mundo civilizado, que consiste na entrega da gestão escolar e dos recursos públicos da educação a empresas privadas.
A “consulta”, a ser realizada – provavelmente – no final do ano em escolas ainda não divulgadas, deve seguir o rito dos demais procedimentos da Seed: sem diálogo, sem espaço para o contraditório, sem apresentação de contraponto à comunidade.
Muitas promessas, pouco compromisso
com a escola pública. Empresa quer lucro. Não há qualquer motivo para
presumir caridade na intenção de agentes privados. O único interesse é
ganhar dinheiro. E isso só ocorre se a empresa investir na escola menos
do que o Estado vai repassar.
Nós, educadores(as), fazemos melhor e mais barato. Basta dar condições.
Infelizmente, atravessamos um período
de massacre das comunidades escolares, atormentadas por metas
inatingíveis, políticas educacionais que mudam a cada par de meses,
“inovações” que ninguém pediu, punições a quem adoece e uma cadeia de
assédio que se inicia na Seed, passa pelos NREs e deságua sobre os
ombros de diretores(as) e educadores(as).
A escola pública do Paraná está
se transformando em um ambiente conflagrado e adoecedor. Mas para o
governo não basta. Querem tirar de nós até a dignidade de dizer que
fazemos o nosso trabalho e que somos nós – apesar dos pesares – os(as)
responsáveis por fazer “a melhor educação do Brasil”.
A APP-Sindicato deve aprofundar
este debate até a próxima Assembleia Estadual da categoria, a ser
realizada em abril, com especial atenção ao 29 de abril.
Nós acreditamos que outra educação é possível; democrática e não autoritária, uma educação feita por educadores(as) e não por empresários; pública e de qualidade. A escola não é de um ou outro governo para ser colocada à venda. É nossa. É da comunidade.
Com informação Appsindicato
0 Comentários