Wagner Moura sobre ‘Guerra Civil’: “Para os americanos, o filme gera uma dissonância cognitiva”

 

 Um filme de ação distópico, “Guerra Civil”, dominou as bilheterias norte-americanas no último final de semana e chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (18). O longa-metragem é estrelado pelo ator e diretor brasileiro Wagner Moura. No filme, ele interpreta Joel, um jornalista da Reuters que se encontra no meio de uma guerra civil nos Estados Unidos.

Acompanhado por três colegas, Joel está em uma corrida contra o tempo para Washington D.C., com o objetivo de entrevistar o Presidente antes que a oposição possa derrubá-lo do poder. Em entrevista à Folha de São Paulo, ele afirma que o filme, dirigido por Alex Garland, é uma representação vívida de como a polarização pode ser um perigo para um país. "Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz o artista.

 "Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", responde Moura quando perguntado sobre a semelhança de seu personagem com líderes que intensificaram a era de polarização, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

 o ator ainda acrescenta que para os Estados Unidos é mais difícil enxergar essa realidade, já que estão adaptados com filmes desse estilo e, portanto, podem não entender a real mensagem da trama.

A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington.”

Também em entrevista ao Mídia Ninja, o artista falou sobre a importância do jornalismo nesses contextos. “Todos os líderes que possuem tendências autoritárias, as primeiras coisas que tentam calar é o jornalismo, a universidade e os artistas. Porque são três forças que fazem pensar e que nos conectam com a realidade”, destaca Moura. “Não é por acaso que Trump fala mal de jornalistas, que Bolsonaro fala mal de jornalistas.”

Do que fala “Guerra Civil”?

Em um futuro distópico, mas não tão distante, os Estados Unidos mergulham em um de seus maiores conflitos, marcados por um cenário de polarização extrema, caos e devastação. Uma equipe de jornalistas de guerra, pioneiros na área, decide percorrer o país devastado pela guerra civil. A missão é registrar a dimensão da tragédia e documentar a situação caótica no país.

 A trama acompanha os desafios e perigos enfrentados por esses profissionais enquanto tentam documentar a realidade da guerra civil. Em meio à violência e à desordem, eles se deparam com dilemas éticos e morais. Com um orçamento colossal de US$ 50 milhões, "Guerra Civil" supera inclusive o vencedor do Oscar 2023, "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo". O filme já gerou US$ 25,7 milhões em receita, estabelecendo um novo recorde para a produtora inpendendente A24.

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