FRANQUISMO DA ESPANHA

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Francisco Franco Bahamonde, conhecido simplesmente como Franco, foi um dos ditadores mais notórios da extrema direita europeia no século XX. Ele nasceu em 4 de dezembro de 1892, em Ferrol, uma cidade na região da Galícia, na Espanha. Filho de uma família com tradições militares, Franco seguiu os passos de seus antecessores e ingressou na Academia de Infantaria de Toledo aos 14 anos.

A carreira militar de Franco avançou rapidamente. Ele ganhou destaque durante a Guerra do Marrocos (1911-1927), onde sua liderança e brutalidade o distinguiram. Em 1934, tornou-se Chefe do Estado-Maior do Exército espanhol, mas foi em 1936, com o início da Guerra Civil Espanhola, que seu papel histórico começou a se desenhar de forma mais evidente.

A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi um conflito brutal entre os republicanos, que apoiavam uma Espanha democrática e progressista, e os nacionalistas, liderados por Franco, que defendiam uma Espanha conservadora e autoritária. Com o apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista, Franco conseguiu derrotar os republicanos e, em 1º de abril de 1939, declarou vitória, estabelecendo-se como o líder indiscutível da Espanha.

O período conhecido como franquismo começou oficialmente em 1939 e durou até a morte de Franco em 1975. O governo de Franco foi caracterizado por um autoritarismo repressivo, onde qualquer oposição era severamente reprimida. A liberdade de expressão, associação e imprensa foi praticamente inexistente. Os partidos políticos e sindicatos foram banidos, e a polícia secreta, a Guarda Civil, mantinha um controle rígido sobre a população.

Um dos pilares do regime franquista foi a Igreja Católica. Franco conseguiu o apoio da Igreja prometendo restaurar os privilégios e o poder que havia perdido durante a Segunda República (1931-1939). Em troca, a Igreja deu legitimidade ao seu regime, apresentando-o como um defensor da fé e dos valores tradicionais espanhóis. A educação foi fortemente influenciada pela doutrina católica, e a moralidade pública foi rigorosamente monitorada.

Apesar do isolamento internacional inicial, a Espanha de Franco conseguiu melhorar suas relações diplomáticas durante a Guerra Fria, posicionando-se como um bastião contra o comunismo. Isso permitiu ao regime receber apoio econômico e militar, especialmente dos Estados Unidos.

Franco governou com mão de ferro até a sua morte em 20 de novembro de 1975. Seu falecimento marcou o fim de um dos períodos mais sombrios da história espanhola. O ditador havia preparado a transição para uma monarquia parlamentar, nomeando o rei Juan Carlos I como seu sucessor. Surpreendentemente, o novo rei conduziu o país para a democratização, iniciando a transição democrática que levou à Constituição de 1978 e ao estabelecimento de uma democracia plena.

O legado de Franco é profundamente controverso. Para muitos, ele é lembrado como um tirano que esmagou a dissidência e manteve a Espanha em um estado de repressão e atraso econômico. Para outros, ele é visto como um salvador que preservou a Espanha do comunismo e manteve a unidade nacional. Independentemente das opiniões, a era franquista deixou marcas indeléveis na história e na sociedade espanhola, que ainda ressoam até os dias de hoje.

por Iram de Oliveira

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