A situação é surreal. Digna de um filme assustador. Di Maria, campeão do mundo com a Argentina, quer voltar para encerrar sua carreira em Rosário, sua cidade natal. Mas narcotraficantes sabem que com ele, o policiamento será reforçado na cidade. Por isso o ameaçam
MSN - É uma história de terror.
Roteiro pronto para um filme surreal, que ninguém levaria a sério, pelo exagero.
Só que está estampado em todos os jornais argentinos.
Aos 36 anos, com uma carreira espetacular, com direito até ao sonhado tricampeonato mundial pela Argentina, com Messi, no Catar.
Mas só que ele não tem o direito de realizar um simples sonho.Terminar sua jornada em Rosário, no Rosário Central, onde começou, há 19 anos.
Depois de 17 anos atuando na Europa, no Real Madrid, Manchester United, Paris Saint-Germain, Juventus, seu contrato com o Benfica acabou.
E estava muito animado para cumprir a promessa que fez para sua família, para a torcida e à direção do Rosário Central, equipe média do futebol argentino.
Dizer adeus ao futebol depois de uma temporada atuando pelo clube que o lançou para o mundo.
Só que algo que ele não contava é o aumento assustador da violência na Argentina.
Por conta dos narcotraficantes.
Eles são muito poderosos em Rosário.
O presidente Javier Milei tem mandado o Exército ajudar as forças policiais de regiões dominadas pelo tráfico.
Os narcotraficantes resolveram agir.
Um grupo que se autodenomina ‘Los Rosarinos’ pichou ontem um mural com o rosto do jogador.
“Ainda vai voltar?”, perguntou, em letras garrafais.
O motivo é que este mesmo grupo atirou em um posto de gasolina e deixou um bilhete endereçado a Di Maria.
“Estamos te esperando”, dizia a mensagem.
Em março, quando começaram a circular as notícias de retorno a Rosário, os narcotraficantes já agiram.
Deixaram um cartaz em um condomínio, onde o jogador costuma ficar.
O recado era para a mãe do atleta, Diana Hernández.
“Diga ao seu filho Ángel que não volte mais para Rosario porque mataremos um familiar seu.
“Nem Pullaro poderá te salvar.”
Maximiliano Pullaro é governador da província de Santa Fé.
Tudo ficou pior depois das declarações do treinador do clube argentino, Kily González.
“Tenho uma relação muito especial com ele. Hoje mesmo falei com ele. É claro que é meu desejo como torcedor e de todas as pessoas do Rosario Central de que Angelito (Di María) volte a vestir a camisa. Ele também deseja isso. É o sonho que tem desde que foi embora.”
Companheiros de Seleção Argentina disseram que o jogador está abalado, amedrontado.
E está pensando seriamente em não voltar para o Rosário Central.
O clima pesado na cidade não é novidade.
No ano passado, houve os rumores que Messi pretendia encerrar sua carreira também no Rosário Central, onde começou na base, antes de ir para o Barcelona.
Bastou a notícia chegar aos jornais argentinos.
E uma loja da rede de supermercados, que pertence à família do jogador, foi metralhada.
Com um aviso explícito para que não voltasse.
E não atraísse o Exército para atrapalhar o tráfico.
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