HIROSHIMA E NAGASAKI

 Hiroshima e Nagasaki: 75 anos das duas rosas radioativas, estúpidas e  atômicas - Esquerda Online

A bomba atômica lançada sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 marcou um dos capítulos mais devastadores da história humana. Em 6 de agosto de 1945, o bombardeiro B-29 Enola Gay lançou a bomba "Little Boy" sobre Hiroshima, resultando em uma explosão que matou instantaneamente cerca de 70.000 pessoas e, nos meses seguintes, mais dezenas de milhares sucumbiram devido aos efeitos da radiação. Três dias depois, em 9 de agosto, a bomba "Fat Man" foi lançada sobre Nagasaki, causando a morte de aproximadamente 40.000 pessoas imediatamente, com o número de vítimas aumentando significativamente nas semanas seguintes.

A decisão de utilizar bombas atômicas para pôr fim à Segunda Guerra Mundial é até hoje objeto de intenso debate. À época, as autoridades americanas, lideradas pelo presidente Harry S. Truman, justificaram o uso das bombas como um meio necessário para evitar uma invasão terrestre ao Japão, que estimavam que resultaria em milhões de baixas tanto para os soldados aliados quanto para os civis japoneses. No entanto, muitos historiadores argumentam que o Japão já estava à beira da rendição. O país estava devastado por meses de bombardeios convencionais, incluindo o bombardeio de Tóquio em março de 1945, que matou mais de 100.000 civis. Além disso, os Estados Unidos já haviam conquistado várias ilhas no Pacífico, estabelecendo uma base estratégica próxima ao território japonês.

Os ataques aéreos e os bloqueios navais tinham paralisado a economia japonesa, e o país estava enfrentando uma escassez crítica de recursos. Muitos líderes militares e civis no Japão reconheciam que a derrota era inevitável. Documentos históricos mostram que o governo japonês já estava explorando possibilidades de rendição, embora desejasse condições mais favoráveis do que as oferecidas pelos Aliados na Declaração de Potsdam.

Hiroshima e Nagasaki: como foi o “inferno” no qual morreram milhares após  bombas atômicas - BBC News Brasil

A perspectiva dos pilotos que lançaram as bombas também é notável. O presidente Truman teria dito aos pilotos: "Não perca o sono por causa disso, a culpa é minha, vocês não tinham escolha", aliviando-os de qualquer sentimento de culpa sobre a devastação causada.

Entre os sobreviventes das explosões, histórias de resiliência e tragédia abundam. Um relato particularmente notável é o de Tsutomu Yamaguchi, um homem que sobreviveu ao ataque em Hiroshima e, incrivelmente, também sobreviveu ao ataque em Nagasaki. Ele estava em Hiroshima a negócios e foi gravemente ferido pela explosão. Retornou a Nagasaki, sua cidade natal, apenas para vivenciar novamente o horror da segunda bomba atômica. Yamaguchi sobreviveu a ambas as explosões e viveu até 2010, tornando-se um testemunho vivo dos horrores nucleares.

Hiroshima e Nagasaki: como foi o “inferno” no qual morreram milhares após  bombas atômicas - BBC News Brasil

A narrativa da bomba atômica é complexa e multifacetada, envolvendo decisões militares e políticas, considerações humanitárias e éticas, e as histórias pessoais dos sobreviventes. Embora o uso das bombas atômicas tenha acelerado o fim da Segunda Guerra Mundial, ele também desencadeou um debate duradouro sobre a moralidade e a necessidade de tal ação devastadora.

Foto: Internet 

por Iram de Oliveira

Postar um comentário

0 Comentários