A GUERRA DOS SEIS DIAS

     Os seis dias que já duram 50 anos: a guerra que mudou para sempre o Oriente  Médio - BBC News Brasil

A Guerra dos Seis Dias foi um conflito decisivo no Oriente Médio, envolvendo Israel e uma coalizão de estados árabes, que moldou significativamente a geopolítica da região. Para entender o contexto dessa guerra, é essencial explorar o movimento sionista e os eventos históricos que antecederam o conflito.

O Sionismo e a Criação do Estado de Israel

O sionismo surgiu no final do século XIX como um movimento nacionalista judaico, que visava a criação de um estado judeu independente. Os sionistas, liderados por figuras como Theodor Herzl, escolheram a Palestina como o local para este estado, uma região historicamente significativa para os judeus, mas que na época estava majoritariamente ocupada por muçulmanos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os sionistas se aproximaram do Reino Unido, que expressou seu apoio à criação de um "lar nacional para o povo judeu" na Palestina através da Declaração Balfour de 1917. Após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, a comunidade internacional, sensibilizada pela perseguição sofrida pelos judeus, apoiou a criação do Estado de Israel na Palestina, conforme estabelecido pela ONU em 1947.

Conflitos Iniciais: A Guerra de 1948 e a Crise de Suez

A criação do Estado de Israel em 1948 foi imediatamente seguida pela Guerra Árabe-Israelense de 1948, quando uma coalizão de países árabes invadiu o novo estado. Israel conseguiu repelir os ataques e consolidar suas fronteiras, mas o conflito resultou em centenas de milhares de palestinos desalojados, criando a crise de refugiados palestinos que persiste até hoje.

A Guerra de Suez em 1956 foi outro marco importante. Israel, junto com o Reino Unido e a França, invadiu o Egito após a nacionalização do Canal de Suez pelo presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Embora o conflito tenha demonstrado a capacidade militar de Israel, também evidenciou a volatilidade e a complexidade dos conflitos na região.

A Guerra dos Seis Dias

Em 1967, as tensões entre Israel e seus vizinhos árabes atingiram um ponto crítico, levando à Guerra dos Seis Dias. Em 5 de junho, Israel lançou ataques preventivos contra o Egito, a Jordânia e a Síria, argumentando que um ataque árabe era iminente. Em apenas seis dias, Israel derrotou as forças árabes e ocupou a Faixa de Gaza, a Península do Sinai, a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e as Colinas de Golã.

A vitória rápida e decisiva de Israel não apenas expandiu suas fronteiras significativamente, mas também reforçou sua posição como uma potência militar na região. No entanto, essa expansão territorial teve um custo humano e político elevado, com milhares de palestinos sendo desalojados de suas casas e vivendo sob ocupação militar.

Consequências e Legado

A Guerra dos Seis Dias teve consequências duradouras para o Oriente Médio. As áreas ocupadas tornaram-se pontos centrais de disputa e conflito, com a questão palestina permanecendo sem solução. As políticas de assentamentos israelenses nas áreas ocupadas e a resistência palestina, incluindo os levantes conhecidos como intifadas, continuaram a alimentar o ciclo de violência e instabilidade.

Além disso, a guerra alterou as dinâmicas geopolíticas, com Israel se consolidando como um aliado estratégico dos Estados Unidos e a causa palestina ganhando destaque nas agendas políticas de muitos países árabes e muçulmanos.

Em resumo, a Guerra dos Seis Dias foi um evento crucial que não apenas redefiniu as fronteiras e o equilíbrio de poder no Oriente Médio, mas também perpetuou uma série de conflitos e tensões que continuam a influenciar a região até os dias atuais.

por Iram de Oliveira

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