Na hora de comprar um carro usado, grande parte dos consumidores busca pela menor quilometragem possível. Mas será que esse é o único fator que interfere no estado de conservação do carro? Na busca por veículos pouco rodados, muitas pessoas acabam se enganando e comprando carros mais desgastados do que aparentam ser.
Descubra por que a quilometragem não é o melhor fator para decidir se vale a pena comprar um usado e saiba quais o que avaliar no carro antes de fechar negócio.
A quilometragem nem sempre é o mais importante
A resposta da maioria das pessoas é a mesma: quanto menor a quilometragem, melhor o estado do veículo, certo? Nem sempre! A verdade é que a quilometragem não pode ser o único aspecto para considerar na hora de comprar um carro usado.
O histórico do veículo conta muito na hora de avaliar se um carro está em bom estado ou não. E quando falamos de bom estado, não falamos apenas de arranhões na pintura ou marcas de uso no painel. Falamos de funcionamento mecânico, de segurança veicular e de conforto para o motorista e os passageiros.
Vamos pensar em dois carros exatamente iguais. Mesma marca, mesmo modelo, mesma versão e mesmo tempo de uso. O carro A tem 100.000km rodados, e o dono viajava muito por várias regiões do estado, passando a maior parte do tempo na estrada. Já o carro B tem 50.000km rodados, mas o dono andava sempre dentro da cidade e enfrentava trânsito lento quase todos os dias para voltar do trabalho.
Nesse caso, o veículo A está bem melhor conservado que o veículo B! em geral, carros que rodam por muitas horas e em terrenos regulares conseguem desenvolver o funcionamento do motor de forma ideal para evitar o desgaste excessivo.
Por outro lado, o carro B já sofreu bastante com o asfalto defeituoso das cidades. Os buracos e relevos que deixam o terreno irregular danificam muito a mecânica, prejudicando principalmente a suspensão do veículo.
Mais além, o trânsito da área urbana não permite que o carro chegue na temperatura ideal para o motor funcionar. Como resultado, o óleo não consegue atingir a viscosidade necessária para fazer a mecânica movimentar as peças sem atrito, desgastando as peças mais rápido. O motor e a caixa de câmbio são os componentes que mais são afetados!
Outro ponto importante é que os semáforos, as lombadas, os pedestres e todos os outros fatores que fazem o motorista precisar frear com frequência danificam o sistema de freios muito mais rápido.
Qual a quilometragem ideal para comprar um carro usado?
Apesar de tudo que falamos, procurar por um veículo com quilometragem baixa não é errado. Afinal, quanto mais um carro acumula quilometragem, mais propenso ele fica a problemas de manutenção por causa do desgaste natural causado pelo uso.
Dificilmente é possível encontrar carros usados que já rodou menos de 10.000km. Por isso, a recomendação geral é dar preferência para veículos entre 10.000km e 60.000km rodados. Em média, são veículos com até cinco anos de uso, o suficiente para você não sofrer com manutenção frequente e ainda não perder muito dinheiro na revenda.
Mas vale lembrar que carros com mais de 60.000km não são necessariamente maus negócios. É importante sempre avaliar as características do usado em conjunto.
O que avaliar na hora de comprar um carro usado?
Já deu para ver que a quilometragem não é o único ponto que você precisa avaliar na hora de comprar um carro usado, não é mesmo? Agora vamos falar sobre os outros pontos que revelam o estado do veículo. O ano do modelo, o ano de fabricação, a quilometragem, a aparência, a documentação e o histórico do veículo devem ser avaliados em conjunto para revelar o real estado do carro. Veja a seguir:
1. Ano do modelo e ano de fabricação
O ano de fabricação e o ano do modelo podem ser fatores um pouco diferentes porque grande parte das marcas adotaram a estratégia de lançar novos modelos no meio do ano. Por isso, é importante dar mais atenção para o ano de fabricação, já que ele efetivamente indica quando o veículo ficou pronto para ser mandado para a loja. Carros mais novos são mais prováveis de apresentarem menos desgaste.
2. Aparência e detalhes
Essa dica pode ser meio óbvia, já que a aparência do veículo vai ser a primeira coisa que você vai observar no test drive. Mas o que acontece é que muitas pessoas deixam passar os detalhes que entregam o real estado de conservação do veículo. É fundamental avaliar o acabamento da pintura, as costuras do estofado e o estado das peças plásticas no interior do carro. Esses pequenos detalhes podem revelar o nível de cuidado que o antigo dono tinha com o veículo.
3. Documentação
Verificar a documentação com cuidado é fundamental para ter certeza do bom estado do veículo. Você pode procurar por entidades especializadas em vistoria para descobrir se o carro já passou por acidentes de trânsito que podem afetar o funcionamento da mecânica. Exija sempre o laudo cautelar do veículo para garantir que as informações oferecidas pelo vendedor são verdadeiras.
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