O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu avaliou, em entrevista ao jornalista Jamil Chade, do UOL, que os atos golpistas em Brasília, no fim de 2022 e início de 2023, não podem ser vistos como episódios isolados. Para ele, os eventos fazem parte de uma estratégia interligada e orquestrada por aliados do bolsonarismo para "pressionar e chantagear" a cúpula militar com o objetivo de viabilizar um golpe de Estado. Dirceu também avaliou como "gravíssima" a situação política de Jair Bolsonaro (PL), indiciado ao lado do general Braga Netto e outras 35 pessoas por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
A análise ocorre em meio às investigações conduzidas pela Polícia Federal, que revelaram detalhes de uma suposta articulação para desestabilizar o governo Lula. Segundo Dirceu, o indiciamento de militares de alta patente, algo inédito na história brasileira, representa um marco para a democracia. "Os golpistas de 1937, 1955 e 1964 foram anistiados. É a primeira vez que um atentado à Constituição é tratado como crime de alta traição", afirmou o ex-ministro.
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