O jornalista Mario Vitor Santos, afirmou em entrevista ao programa World Today, da CGTN, emissora chinesa, que as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos podem acabar prejudicando a própria economia norte-americana. Segundo ele, o Brasil tem adotado uma abordagem cuidadosa diante dessas medidas, buscando evitar retaliações que possam agravar o cenário comercial entre os dois países.
"Brasil está sendo muito cuidadoso em relação a essas medidas porque quer evitar outras que possam surgir como resposta a uma eventual reação brasileira", afirmou Santos. Ele destacou que, até o momento, a resposta brasileira tem sido conduzida em unidade com o setor empresarial. "As autoridades brasileiras são muito cautelosas e, em sua maioria, querem negociar nos bastidores."
Sobre os impactos reais das tarifas anunciadas pelo governo dos EUA, o jornalista enfatizou que é necessário distinguir o que faz parte de uma estratégia política voltada ao público norte-americano e o que, de fato, será implementado. "Temos que tentar entender o que é espetáculo inicial para o público americano e o que realmente será concretizado", disse.
Apesar de sua análise sobre a estratégia brasileira, Santos manifestou que gostaria de uma resposta mais firme do governo brasileiro diante das tarifas. "Eu gostaria que o governo brasileiro tivesse uma resposta muito mais forte a isso, mas não acho que isso vá acontecer, pelo menos por enquanto."
O jornalista também abordou a ascensão do protecionismo econômico dos EUA e suas consequências para o comércio global. Segundo ele, políticas de substituição de importações não são implementadas de forma rápida e podem levar anos para gerar impactos reais na indústria americana. "Algumas dessas iniciativas para tentar substituir importações levam muito tempo para realmente acontecer, porque a construção de uma nova indústria não é algo simples."
Além disso, ele argumentou que o próprio mercado norte-americano pode sofrer as maiores consequências dessas medidas restritivas. "Os americanos terão que negociar para encontrar algum tipo de acordo em relação às tarifas e projetos. Eles não conseguirão sustentar essas medidas por muito tempo", afirmou. "Eles próprios serão os mais prejudicados por essas decisões, e isso pode acelerar ainda mais o seu declínio", disse.
DCM
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