A cantora Naiara Azevedo, 35, contou ter sido diagnosticada com menopausa precoce
aos 28 anos. Segundo a sertaneja, a descoberta aconteceu após sentir
“um calor insuportável”, como se o pescoço estivesse “pegando fogo”. À
medida que os sintomas se intensificaram, ela também teve insônia, ganho
de peso rápido e alterações de humor, além de ressecamento da pele e
vaginal.
“Parecia que estava tudo descompensado e acontecia ao mesmo tempo. Fui
indicado a um ginecologista que depois de fazer uma investigação me
diagnosticou com menopausa precoce”, contou em entrevista ao jornal O
Globo.
Naiara explicou que não procurou o ginecologista de imediato pois não
menstruava. “Como eu já não tinha menstruação há muitos anos, não fui
logo ao ginecologista”.
Além disso, a cantora aproveitou para alertar mulheres sobre a importância de buscar um especialista ao perceber qualquer alteração no corpo, por menor que seja. “A menopausa não é reversível, mas é tratável", afirmou.
Entenda a menopausa precoce
A menopausa precoce tem afetado um número crescente de mulheres antes dos 50 anos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), esse quadro atinge uma em cada 100 mulheres antes dos 40 anos e uma em cada 1.000 antes dos 30 anos. O ginecologista Igor Padovesi explica que a menopausa precoce é quando o fim da função dos ovários de produção dos principais hormônios femininos, que é o estrogênio e progesterona, acontece antes da média de tempo.
"Ela é dividida em prematura quando acontece antes dos 40 anos, e precoce quando é dos 40 aos 45. A faixa normal da menopausa é dos 45 aos 55 anos e, em média no mundo, costuma acontecer em torno dos 48 aos 50 anos. Lembrando que a menopausa é o final de um processo de envelhecimento dos ovários que começa com a perimenopausa ou transição menopausal em média cinco a sete anos antes", diz o médico.
Não é muito comum que ela aconteça espontaneamente, correspondendo a cerca de 1% das mulheres que sem uma causa definida entram na menopausa precocemente. "Existem outras situações que podem predispor a condição que são a quimioterapia, a radioterapia e as cirurgias nos ovários. Eventualmente o uso de outras medicações e fatores genéticos hereditários, mas isso é a minoria dos casos", diz Igor Padovesi.
Pelo menos metade dos casos de menopausa precoce não há nenhum desses fatores que predispõem e também não se identifica exatamente uma causa pros ovários terem entrado em falência antes do tempo médio das mulheres
Igor Padovesi
•GinecologistaOs sintomas são exatamente os mesmos de uma menopausa em idade regular, porém costumam ser mais intensos e também causar mais danos à saúde da mulher, pelo fato dela ficar exposta ao declínio hormonal por mais tempo. "Estudos já mostram que mulheres que têm menopausa precoce costumam estar mais sujeitas a demência e problemas de coração, quando não realizado o tratamento de reposição hormonal", diz a ginecologista Mariana Andreata Pontello, da Rede Meridional.
A médica conta que o principal sintoma ainda continua sendo a irregularidade da menstruação que começa a falhar. Mas, são comuns também os fogachos, alterações de humor, insônia, ganho de peso, falta de energia, queda de libido, alterações de memória e prejuízo cognitivo.
O tratamento da menopausa precoce não difere do tratamento de qualquer mulher em período de menopausa, porém pelo fato de ser mais jovem, é muito importante que ele comece o mais precoce possível para que ela não perca a janela de oportunidade terapêutica, que é o período em que a reposição hormonal vai prevenir algumas doenças relacionadas a falta dos hormônios.
O tratamento será baseado na prática de atividades físicas, adequação de dieta e manejo do estresse, além de suplementação individualizada. Nas pacientes elegíveis, será instituído a reposição hormonal
Mariana Andreata Pontello
•GinecologistaIgor Padovesi diz que tratamento consiste na reposição hormonal, de preferência com hormônios bioidênticos, e o tratamento é considerado obrigatório. "A menopausa prematura ou precoce não tratada adequadamente leva a maior mortalidade das mulheres pelos efeitos de longo prazo da falta prolongada do estrogênio. Piora da parte cardiovascular com o maior risco de doenças cardiovasculares, uma piora significativa da densidade mineral óssea e maior risco para osteoporose, síndrome geniturinária intensa que pode comprometer a qualidade de vida e a sexualidade das mulheres. Hoje em dia se recomenda que o tratamento é por tempo indefinido para a maioria das mulheres até o fim da vida", finaliza.
MSN
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