A norma regula limites de atividades online no ensino superior, cria uma nova modalidade de cursos semipresenciais, elenca cursos vetados para a EAD e também revê limites de atividades remotas nos cursos presenciais. O decreto ainda não foi publicado no Diário Oficial
O presidente Lula (PT) assinou nesta segunda-feira (19) um decreto com novas regras para a EAD (educação a distância) no ensino superior. As regras eram esperadas desde dezembro
A norma regula limites de atividades online no ensino
superior, cria uma nova modalidade de cursos semipresenciais, elenca
cursos vetados para a EAD e também revê limites de atividades remotas
nos cursos presenciais. O decreto ainda não foi publicado no Diário
Oficial.
Será vetada a oferta de cursos EAD em medicina, direito, odontologia,
enfermagem e psicologia. Demais curso de saúde e licenciaturas só
poderão ser oferecidos nos formatos presencial ou semipresencial -este
último, uma inovação do decreto, como a Folha de S.Paulo mostrou.
Nos cursos semipresenciais, metade da carga horária poderá ser online, 20% com aulas online ao vivo e o restante, presencial.
Também há mudança para os cursos presenciais. Até 30% do curso poderá
ser feito com aulas online -até agora, esse limite era de 40%, mesmo
nos cursos presenciais.
Nos cursos EAD, o decreto também estabelece um limite mínimo para atividades presenciais de 20% ou síncronas mediadas. Também há obrigação de provas presenciais.
Dos 9,9 milhões de alunos de ensino superior no Brasil, 49% estão em
cursos de EAD, segundo dados de 2023 (os mais recentes divulgados).
Pedagogia, por exemplo, é a carreira com mais alunos no país, somando 852 mil matrículas. Desses, 77% estão no EAD.
Já enfermagem é o quarto curso com mais alunos, sendo que 41% dos 472 mil matriculados estudam na modalidade remota.
Haverá dois anos de prazo para que as instituições de ensino superior
se adequem às regras, e os estudantes já matriculados poderão terminar
os cursos da maneira que começaram. A maioria absoluta da oferta de EAD
está em instituições privadas.
Entidades ligadas ao ensino superior a distância já pressionavam o
governo para tentar acelerar o novo marco regulatório do setor, adiado
quatro vezes pelo MEC (Ministério da Educação).
No caso das avaliações, o decreto estabelece que pelo menos uma avaliação presencial deve ser feita a cada unidade curricular com peso majoritário na nota final do estudante, inclusive em cursos de EAD.
As regras do decreto vazaram no site do MEC no domingo (18). Entre as
principais determinações, estava a vedação a aulas totalmente online de
cursos de licenciatura e da área da saúde. O MEC foi procurado no
domingo para falar sobre o vazamento, mas não respondeu.
Desde 2023, o ministro Camilo Santana já mostrava descontentamento
com a formação de professores a distância e o desejo de revisão das
regras para a modalidade. O setor de ensino superior pressionava para
que as mudanças não fossem muito grandes.
No ano passado, o Ministério da Educação determinou que as
licenciaturas deveriam oferecer, no mínimo, 50% das aulas de forma
presencial. No entanto, as novas regras, com a criação do formato
semipresencial, permite que 20% seja online ao vivo, e só 30% seja de
fato presencial.
O texto também vai impor limites para aulas remotas e trazer novas
regras para polos de apoio, onde devem ser realizadas atividades
práticas em cursos remotos.
PRINCIPAIS MUDANÇAS:
Formatos de graduação:
– Presencial: Deve ter no máximo 30% da carga horária de atividades online. Antes, o limite era 40%
–
Semipresencial: 30% da carga horária de atividades presenciais e 20% em
atividades presenciais ou síncronas (aulas transmitidas ao vivo)
mediadas.
– EAD: Regra exige que 10% da carga horária total seja com
atividades presenciais e 10% em atividades presenciais ou síncronas
mediadas.
Cursos que devem ser obrigatoriamente presenciais:
– Medicina
– Direito
– Odontologia
– Psicologia
– Enfermagem
Cursos que devem ser obrigatoriemente presenciais ou semipresenciais:
– Licenciaturas
– Demais cursos da área de saúde
DCM
0 Comentários