Professoras de Gado Bravo, na Paraíba, realizaram projeto que mobilizou a comunidade escolar e promoveu a aprendizagem de todos os estudantes de duas turmas multisseriadas
Será que existe uma receita para a educação inclusiva? Quais ingredientes e medidas são necessários para garantir que todos aprendam? E como fazer com que isso aconteça na prática? Essas são perguntas que muitos educadores se fazem quando pensam em como efetivar a inclusão de todos os estudantes.
De fato, não existe uma única receita a ser seguida, afinal os contextos em cada escola e rede de ensino são variados. E a concepção de educação inclusiva pressupõe que o processo de aprendizagem é singular, ou seja, as necessidades de cada estudante são únicas. Entretanto, ao considerar os ingredientes para o sucesso da inclusão, alguns elementos se mostram fundamentais, como a garantia de acessibilidade e a participação da família e de gestores, educadores e demais profissionais da escola, visto que promover um ensino de qualidade diz respeito a todos.
Um exemplo prático de como a participação de toda a comunidade escolar pode fazer a diferença aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dom Pedro II, localizada no município de Gado Bravo, na Paraíba. Entre maio e junho de 2023, as educadoras da unidade realizaram o projeto “É gostoso aprender: receitas daqui e de lá”, no qual as crianças da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental puderam aprender sobre o gênero textual receita. No final, elas criaram um diário de receitas produzido a muitas mãos.
A proposta nasceu a partir da participação da rede municipal na formação “Alavancas para a educação inclusiva de qualidade”, realizada pelo Instituto Rodrigo Mendes (IRM), na qual a escola se viu provocada a mapear as barreiras à aprendizagem e propor intervenções para eliminá-las (saiba mais sobre a iniciativa do IRM no fim do texto).
Ana Maria Henrique de Souza, coordenadora pedagógica na época do projeto, lembra que, ao rever o planejamento do semestre, buscou novas estratégias para trabalhar com o que já estava previsto para aquele ano, mas de uma maneira que permitisse a participação de todos. “Escolhemos a receita por ser um gênero que os adultos conhecem a estrutura e sabem a finalidade. Muitos familiares não sabem ler ou escrever, mas entendem o que é uma receita. Isso era importante porque queríamos, além de trabalhar com as crianças um gênero textual e sua função social, envolver mães, pais e responsáveis”, diz a gestora.
Fortalecer a parceria escola-família é importante para melhorar a comunicação e as trocas entre toda a comunidade escolar, algo essencial no processo de ensino e aprendizagem.
“Outro motivo para a escolha foi a proximidade com as festas juninas, algo bem forte na nossa cultura. É um período marcado pelo consumo de diferentes pratos típicos, e a nossa ideia era fechar o projeto com uma celebração que incluísse as comidas escolhidas pelos participantes”, complementa Ana Maria.
Contexto da escola e das turmas
A Emef Dom Pedro II é uma unidade pequena em uma região rural do município. No ano em que o projeto foi realizado, havia cerca de 30 estudantes matriculados, divididos em uma turma multisseriada de Educação Infantil (maternal e pré-escola) e outra com os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
Dentre os estudantes estava Daniel, um menino de três anos com transtorno do espectro do autismo (TEA). Josefa Clauciana Barbosa da Silva, professora da Educação Infantil naquele ano, conta que a intenção era fazer com que ele interagisse com os demais e vivesse as experiências propostas. “Ele ainda não falava de forma convencional, mas se comunicava com algumas palavras, gestos e comportamentos. No começo do ano letivo, o objetivo era fazer com que ele gostasse de estar com toda a turma, compartilhasse os momentos da aula e aprendesse junto com os demais”, relata.
“A formação do Alavancas nos mostrou que a inclusão tem de envolver todo mundo, não é algo direcionado apenas às pessoas com deficiência. Ao pensar em diversidade, uma turma multisseriada traz isso de forma bem clara, já que são crianças com diferentes idades, vivências e níveis de aprendizagem. Ali tínhamos de colocar em prática uma estratégia que atendesse a necessidade de todos”, comenta Joelma Bezerra, responsável pela turma do Ensino Fundamental.
Para Marly Barbosa, pedagoga e mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), contemplar a todos em uma turma multisseriada é tão desafiador quanto dar conta da heterogeneidade de turmas tradicionais. “As pessoas são heterogêneas, então, mesmo que nós, professores, tenhamos uma turma seriada, será necessário compreender que cada um é diferente do outro e, por isso, tem saberes variados, o que exige do educador conhecer os seus estudantes e suas necessidades”, afirma.
Conhecendo o gênero
Como primeiro passo, as professoras apresentaram a proposta para suas turmas e buscaram entender o que as crianças conheciam do gênero receita. Segundo elas, aqueles com cinco e seis anos da Educação Infantil e a turma do Ensino Fundamental já tinham certa noção do que era uma receita, muito por verem em embalagens de produtos e na vivência com os familiares. Os menores ainda não tinham muito conhecimento sobre o tema. “O professor sempre precisa ter a noção real do que os seus estudantes sabem ou não. Isso vai definir a maneira que ele irá trabalhar e quais atividades irá realizar”, comenta Marly Barbosa.
Vale ressaltar que os objetivos eram diferentes para cada etapa. Na Educação Infantil, o principal foco estava no trabalho com a oralidade e a ampliação de vocabulário. O gênero receita também permite oferecer noções de medidas e quantidades para os pequenos. Com os estudantes do Ensino Fundamental, é possível, além da oralidade, abordar leitura e escrita. A parte de medidas e quantidades pode ganhar mais complexidade conforme se avança na alfabetização matemática. Por isso, mesmo seguindo um planejamento conjunto, cada professora precisou levar em consideração as especificidades da sua turma.
Após descobrirem o que as crianças sabiam do assunto, as duas professoras pediram que as turmas falassem os pratos que mais gostavam de comer e foram listando na lousa. Na Educação Infantil, a docente atuou como escriba, enquanto no Ensino Fundamental foi possível convidar os próprios estudantes a ajudarem na escrita.
Depois foi feita uma votação para escolher, entre o que tinha sido listado, o alimento principal a ser preparado no encerramento do projeto. “Foi uma atividade bem dinâmica e alegre. As crianças das duas salas escolheram o munguzá, um prato que a maioria conhecia, mas nem sempre comem em casa e não sabiam a receita para prepará-lo”, conta Joelma. O mungunzá é um prato feito com grãos de milho branco, leite de coco ou de vaca e açúcar. Ele é conhecido em outras regiões do Brasil como canjica.
Para ampliar o repertório, as crianças tiveram contato com diferentes tipos de receita e puderam compará-los com textos de outros gêneros, como cardápio, bula, convite e bilhete. “No caso do Ensino Fundamental, já havia a noção do que era uma receita, então focamos em mostrar qual é a estrutura, com título, ingredientes e modo de preparo. Também discutimos a necessidade de o texto instruir de forma direta e sequencial, pois, se faltar um ingrediente ou orientação, o preparo não sai como esperado”, afirma Joelma.
“A criança precisa ter repertório e, para isso, ela tem de ver e ler diferentes textos. No caso da receita, todos devem entender que a estrutura é a mesma, mas que mudam os ingredientes e suas quantidades, o modo de preparo e os utensílios utilizados. Da mesma forma, elas necessitam ter acesso a outros tipos de gênero para saberem identificar cada um e entenderem seus objetivos”, explica a especialista.
Na Educação Infantil, a professora Clauciana mostrou algumas receitas e contou que aquela estrutura servia para todas. “Fui mostrando algumas embalagens e lendo as receitas contidas nelas e expliquei como os adultos conseguem transformar aqueles ingredientes em um prato que eles comem no dia a dia”, conta.
Marly enfatiza a importância de a professora ler para as crianças na Educação Infantil. “A leitura nessa etapa deve ser algo diário. Pode ser histórias, fábulas, contos, lendas ou receitas. Se possível, depois a educadora pode propor um desdobramento, como foi o caso desse projeto de elaboração do diário de receitas”, salienta.
Como resultado da ação, os estudantes escreveram ou desenharam a lista dos pratos de que mais gostavam e colocaram no mural da escola.
Experiência em família
Os familiares foram comunicados do que iria acontecer a cada etapa do projeto e foram convidados a participar ativamente. “Conversamos com mãe, pai, avó, tio e outros responsáveis, tanto pessoalmente como por aplicativo de mensagens, e combinamos como seria o envolvimento deles”, conta Joelma.
A participação aconteceu já na etapa seguinte do projeto, quando as crianças, junto com os respectivos responsáveis, puderam preparar em casa uma receita de livre escolha. Para vivenciar essa experiência, foi fornecido um “kit cozinheiro”, composto por avental e toquinha. O objetivo era reforçar a função social daquele texto que eles estavam estudando na escola.
O momento em casa foi acompanhado da tarefa de registrar em foto, desenho ou texto o preparo da receita no diário das turmas, encaminhado junto ao kit. Com essa variedade do tipo de registro, as educadoras promovem a participação de todos. “Para aqueles que ainda não sabiam ler e escrever, pedimos aos pais que fossem os escribas ou que os ajudassem a desenhar aquilo que foi preparado. Para os que já escreviam, pedimos que o texto fosse de autoria deles, sem a intervenção de outra pessoa em relação à correção de possíveis erros”, conta Ana Maria, que atualmente é formadora de professores de 4º e 5º anos de Língua Portuguesa.
Na escola, os estudantes foram convidados a compartilhar oralmente as receitas e contar como foi a experiência de preparar aquele prato em casa. Clauciana conta que a dinâmica da Educação Infantil foi muito positiva. “Eles, na medida do possível, foram desinibidos e contaram o que fizeram, quais ingredientes e utensílios utilizaram e o tempo que tiveram de esperar para comer. Eles mostraram o desenho e contaram, cada um do seu jeitinho, como tudo aconteceu. Eu ia escrevendo na lousa o nome do prato e alguns ingredientes de cada receita, e os outros que estavam escutando comentavam a diferença de um preparo para o outro”, comenta. A educadora conta que, naquele momento, Daniel não conseguiu falar o que fez, mas compartilhou com a turma o desenho do prato preparado, um cuscuz recheado, e as fotos da experiência em sua casa.
A professora da turma do Ensino Fundamental pode aproveitar a devolutiva dos diários de receitas para avaliar como está a escrita dos estudantes e usar essas informações no planejamento das próximas atividades.
Revisitando as aprendizagens
Depois da discussão coletiva a respeito das comidas preparadas em cada casa, a professora da turma do Ensino Fundamental apresentou uma receita de preparo de arroz, retirado de uma embalagem, para revisitar a estrutura e enfatizar, por exemplo, a necessidade de seguir as quantidades corretas para o sucesso do prato. “Ao ler o diário, percebi que, em alguns casos, os estudantes haviam escrito a receita feita em casa de forma corrida, sem a estrutura de orientação e o uso de verbos no imperativo, algo que já tínhamos visto. Então reforcei o objetivo de cada parte de uma receita”, conta Joelma.
Por se tratar de uma turma multisseriada em processo de alfabetização, Marly entende que, no dia a dia, o professor precisa fazer diferentes exercícios de acordo com as necessidades de aprendizagem dos estudantes. “Podemos separar os alunos em duplas ou pequenos grupos para realizar exercícios específicos dentro do mesmo contexto curricular”, sugere.
“Nesse caso das receitas, pode-se colocar aqueles que ainda não sabem ler ou que estão no início do processo de alfabetização para identificar as palavras que mais aparecem no texto. Na receita de bolo de mandioca [macaxeira ou aipim], por exemplo, o aluno pode começar por identificar o termo dentro do texto e circular as sílabas da palavra ‘mandioca’. Com o tempo e a ajuda do professor, ao verbalizar a palavra, a criança vai conseguir associar o som de ‘man’ com a escrita das três letras juntas”, explica a especialista.
Nesse momento de releitura, outras reflexões sobre o sistema de escrita também podem ser feitas, variando a complexidade conforme o avanço dos estudantes. Pode-se tratar da composição das sílabas, dos fonemas e de aspectos gramaticais, como pontuação e estrutura das frases.
Para as crianças que estão nos anos iniciais do Ensino Fundamental, mas não sabem ler e escrever, participar das discussões gerais sobre a construção do texto também gera aprendizados, segundo Marly. “Às vezes, a criança ainda não está alfabetizada, mas já compreende as características do gênero trabalhado. Outras podem já ter desenvolvido a escrita, mas ainda não entenderem a lógica da instrução na receita e a obrigatoriedade de apresentar os ingredientes e medidas nesse tipo de texto”, reforça.
Nesses casos, formar agrupamentos produtivos, que reúnem estudantes com diferentes saberes, pode ser uma importante estratégia de aprendizagem.
A pedagoga salienta que o trabalho em duplas ou trios pode ser um caminho para construir boas parcerias no ambiente escolar, e o professor pode usar outros critérios para decidir como essa combinação pode ser mais eficiente. O importante é que a justificativa para cada escolha responda a uma intenção pedagógica.
“Ao definir as parcerias, o professor não precisa exatamente colocar uma criança alfabetizada com uma que ainda está no processo. A forma que um deles acolhe e respeita o outro pode ser o motivo de sentarem juntos e permitirem que o vínculo se estabeleça, principalmente quando falamos em uma perspectiva inclusiva, na qual respeitar o outro, o seu tempo e formas de aprender é essencial”, diz.
Hora de colocar a mão na massa
Como uma das partes finais do projeto, os estudantes participaram de uma palestra com Danielle Vieira, nutricionista da rede de ensino. Ela explicou como o cardápio é planejado e a merenda é preparada, falou da importância da alimentação saudável e respondeu às perguntas elaboradas previamente pela turma da professora Joelma e outras que surgiram ao longo da conversa. “Essa conversa com Danielle foi muito legal, todos sentiram vontade de participar. Daniel ficou sentado ao lado dos colegas da turma durante todo o tempo, algo que ele não costumava fazer”, conta Clauciana.
Além do trabalho das professoras para envolver as crianças ao longo do projeto, outra pessoa foi importante na aproximação de Daniel. Elicelma Olindina de Souza Pereira, a merendeira da escola, era uma pessoa de confiança do menino e, segundo Clauciana, a única que ele aceitava que descascasse a laranja, fruta da qual ele mais gosta. Aos poucos, ela foi incentivando o menino a se sentar à mesa com os colegas nos momentos de refeição.
Depois da palestra, os estudantes conversaram mais em sala sobre a importância de priorizar refeições com alimentos saudáveis e listaram bons e maus exemplos de comidas para o dia a dia.
Em outro dia, foi realizado um piquenique com as crianças, os professores e os demais profissionais da escola. Durante o trajeto até o local, foram feitas algumas paradas em pontos importantes para a história da região, como o Bar do Museu, um pequeno espaço que guarda artefatos históricos, como moedas antigas. Ao fim do passeio, os estudantes do Ensino Fundamental foram convidados a registrar por escrito suas impressões sobre aquele dia.
Como penúltima etapa do projeto, as professoras organizaram o preparo do mungunzá, o prato escolhido pelas duas turmas. O objetivo foi reforçar o entendimento de que o texto da receita servia como guia para a elaboração do prato. Primeiro, a receita foi escrita na lousa para que todos conhecessem o passo a passo. Na turma da Educação Infantil, a professora foi a escriba, enquanto os estudantes do Ensino Fundamental ajudaram a docente no registro. Depois, todos foram para o pátio preparar o alimento.
“A equipe da merenda e nós, professoras, orientamos os estudantes a adicionar os ingredientes nos recipientes e panelas, sempre enfatizando o cuidado em respeitar a quantidade necessária para que o doce ficasse no ponto certo”, conta Joelma.
A culminância do projeto se deu com a realização de uma festa junina na escola, com a participação das famílias. “Apesar de trabalhar o gênero receita, todos tiveram contato com outros tipos de textos e, para a festa, fizeram o convite aos familiares”, diz Ana Maria. De acordo com as educadoras, a celebração contou com a presença de mães, pais, tios, avós, primos e irmãos. Cada família levou um prato, alguns o mesmo que fizeram na primeira participação do projeto. Não poderia faltar o mungunzá, cujo preparo ficou a cargo da própria escola.
A confraternização serviu para compartilhar o diário de receitas, com os textos feitos a partir dos pratos preparados pelas famílias, junto com as fotos que marcaram esse momento.
As aprendizagens do projeto
A professora Joelma relata que a festa foi muito especial por fechar o projeto e fortalecer a ideia de que todos são corresponsáveis pela educação. “Encerrar essa proposta com a presença da família mostra que conseguimos envolver todo mundo no processo de aprendizagem. Nós conseguimos que cada criança evoluísse dentro das suas possibilidades e ainda fortalecemos a relação com mães, pais e demais responsáveis”, comenta com orgulho a educadora.
Clauciana teve uma mistura de felicidade e dor no coração, pois ela estava cobrindo a licença da professora titular, Maria José, e aquela seria a sua despedida da escola. “Eu me emocionei muito. Até hoje sinto saudade daquela escola. O que me deixou muito contente foi o relato da mãe de Daniel, ao dizer que o garoto evoluiu muito e ela se sentiu muito bem acolhida pela escola e pelas demais famílias”, relata a professora, que agora atua com turmas do Ensino Fundamental em outra escola da rede.
Ana Maria fala que a formação do Alavancas foi determinante para que as professoras e a gestão tivessem um olhar amplo sobre a educação inclusiva. “Nós entendemos que para a inclusão acontecer todo mundo tem de participar, seja na sala de aula, no refeitório ou na cozinha. A escola e a comunidade devem se mobilizar para que todos colham os frutos de uma educação de qualidade”, afirma.
A alfabetizadora Marly avalia que a proposta como um todo foi positiva e destaca que um dos pontos para o sucesso foi estabelecer um trabalho final e data de término. “Saber, desde o início do projeto, que ao fim da proposta haveria um produto final, no caso o diário de receitas feito pelas turmas, mobiliza os estudantes, os professores e demais envolvidos. Respeitar o fim do projeto também é importante, pois não dá para falar sobre receitas o ano todo, isso cansa quem está aprendendo. O professor precisa entender que nesse prazo, o aluno não vai escrever um texto livre de problemas, mas ele vai evoluir na leitura e na escrita”, ressalta a especialista.
Por fim, Marly entende que sempre é necessário apostar em cada estudante e nunca limitar a sua aprendizagem. “Nós aprendemos todos os dias uns com os outros na escola. Cada criança é uma criança, e temos o dever de desenvolver o seu potencial, respeitando seus limites. Ao mesmo tempo, devemos sempre propor desafios para que ela evolua. Se antes ela não gostava de interagir, vamos tentar que converse com os colegas. Depois, vamos buscar que consiga falar em público. E por aí vai”, diz.
Alavancas para a educação inclusiva de qualidade
O projeto “Alavancas para a educação inclusiva de qualidade” é uma iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Movimento Bem Maior, o Instituto Ambikira e o Instituto Machado Meyer, e visa a formação de educadores, gestores escolares e técnicos de secretarias municipais de Educação de todo o país. O objetivo é potencializar práticas e políticas públicas locais que proporcionem uma educação de qualidade para todas e todos.
Dividido em diferentes etapas, que vão de 2023 a 2025, o programa é realizado em parceria com dez secretarias municipais de Educação, que representam as cinco macrorregiões do Brasil: Maués (AM), Óbidos (PA), Campo Formoso (BA), Gado Bravo (PB), Irauçuba (CE), Lucas do Rio Verde (MT), Cajati (SP), Patos de Minas (SP), Alvorada (RS) e Canguçu (RS).
Em 2023, a equipe do IRM conduziu uma formação semipresencial com cerca de 400 educadores desses municípios, que incluiu orientação e apoio para a elaboração e o desenvolvimento de cem projetos inclusivos, com foco na promoção do protagonismo e da autonomia de todos os estudantes (confira alguns desses projetos aqui).
No ano passado, as ações formativas do projeto Alavancas tiveram como público-alvo técnicos das secretarias municipais de Educação. O objetivo era que, ao final do percurso, cada rede elaborasse uma política pública voltada à educação inclusiva.
Em 2025, está previsto o monitoramento das políticas elaboradas e uma pesquisa sobre os impactos gerados pelas formações, além de dois cursos que serão disponibilizados na plataforma de formação do IRM.
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