Brasil negocia com EUA “com o cano do revólver na cabeça”, diz Amorim

 Para Celso Amorim, recuperação da política externa brasileira depende de  derrota de Bolsonaro - Brasil de Fato

As relações entre Brasil e Estados Unidos atingiram “o ponto mais baixo em mais de um século”, na avaliação do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que atualmente atua como assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para temas internacionais. 

Em entrevista à Bloomberg News, Amorim reagiu com dureza à abertura de uma investigação comercial contra o Brasil determinada pelo presidente Donald Trump, classificando a medida como uma intimidação que inviabiliza qualquer negociação.

“A simples ameaça do uso da Seção 301 já cria um tumulto em quem acha que pode ser objeto de sanções unilaterais e é uma forma que torna a negociação muito difícil. É como você negociar com o cano do revólver na cabeça”, disse Amorim, comparando o gesto à aplicação de uma arma econômica.

A investigação foi formalmente aberta na terça-feira (15) pelo Representante de Comércio dos EUA e tem como base a Seção 301 da legislação americana, dispositivo que permite a imposição unilateral de sanções contra países acusados de práticas comerciais consideradas “injustas”. Segundo o governo dos EUA, a apuração tem foco em temas como comércio digital, tarifas preferenciais, medidas anticorrupção, propriedade intelectual e desmatamento ilegal.

 

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