"Fanatismo Político e o Perigo da Desumanização no Brasil"

 

Nos últimos anos, o Brasil tem assistido ao crescimento de uma polarização política extrema que ameaça os pilares da democracia. Um dos fenômenos mais preocupantes dentro desse cenário é o comportamento de parte da base bolsonarista, que demonstra um nível alarmante de fanatismo em defesa de seu líder, Jair Bolsonaro.

Essa parcela da população passou a adotar uma visão distorcida da política, na qual não há espaço para diálogo, crítica ou diversidade de pensamento. Alimentados por discursos de ódio, desinformação e teorias conspiratórias, muitos desses apoiadores chegam ao ponto de desejar abertamente a morte de adversários políticos, como o presidente Lula, o ministro Alexandre de Moraes e outros membros da esquerda brasileira.

Essa postura revela não apenas a radicalização do discurso político, mas também uma desumanização do "outro". Em nome de uma suposta salvação nacional personificada em Bolsonaro, certos grupos se permitem defender ideias antidemocráticas, violentas e profundamente perigosas. A busca pela permanência de seu líder no poder, inclusive com o intuito de livrá-lo de responder judicialmente por seus atos, tem levado à normalização da violência política.

É importante destacar que a democracia só se sustenta com respeito à diversidade de opiniões, à convivência pacífica entre contrários e à submissão às regras institucionais. Quando se ultrapassa essa linha e se passa a desejar o desaparecimento físico dos opositores, o país entra em um terreno obscuro, mais próximo do autoritarismo do que da liberdade.

Defender um político como se fosse uma figura messiânica, acima da lei e da crítica, é um sintoma grave de uma sociedade adoecida pelo culto à personalidade. O pensamento crítico exige que questionemos todos os lados, inclusive aqueles que nos parecem mais próximos. O futuro democrático do Brasil depende da capacidade do povo em romper com o fanatismo, rejeitar o ódio e restaurar o respeito ao outro como base da vida política.