A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, fez uma defesa contundente da democracia ao comentar os julgamentos da trama golpista de 2022. Em fala durante a FliRui, no Rio de Janeiro, ela afirmou que o golpe não ficou no campo das ideias porque havia registros explícitos das ações planejadas e que, se o plano tivesse avançado, ministros do STF sequer estariam exercendo suas funções hoje.
Segundo a magistrada, documentos apreendidos no inquérito mostram orientações que mencionavam a necessidade de “neutralizar” integrantes da Corte.
Para ela, o material evidencia que não se tratava de uma especulação política, mas de um plano articulado que precisava ser julgado. “Se o golpe tivesse se consumado, eu não estaria aqui para decidir nada”, afirmou.
As declarações foram dadas poucos dias depois de o STF autorizar o início do cumprimento das penas dos condenados do núcleo central da tentativa de golpe.
Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que começou a cumprir pena de 27 anos e 3 meses na sede da Polícia Federal em Brasília, etapa que marcou um ponto de inflexão no processo.
Durante o evento literário, Cármen Lúcia disse que regimes autoritários “se espalham como ervas daninhas” e que, ao contrário das ditaduras, a democracia exige cuidado permanente.
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