Brasil pode voltar ao mapa da fome, alerta ex-ministra

Resultado de imagem para tereza campello ex-ministra fotosA ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, fez nesta quarta-feira, 26, um importante alerta sobre as consequências da PEC 241, aprovada em segundo turno pela Câmara, para milhões de brasileiros que saíram da extrema pobreza. De acordo com os estudos feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ao final de 2036, os gastos na área social encolheriam para 0,7% do PIB. Em 2015, eles representaram 1,26%.
"A chance de o Brasil voltar ao Mapa da Fome é enorme", afirmou Campello em entrevista à revista Carta Capital. "É o enterro do que a Constituição estabeleceu como perspectiva para a política social no Brasil. No caso da assistência social, chegaremos, na melhor das hipóteses, com recursos que nós tínhamos no início dos anos 1990. É um retrocesso muito grande, considerando o quanto pudemos avançar nesse período", afirmou.
Segundo Tereza, o congelamento de gastos públicos por 20 anos vai afetar prioritariamente estados e municípios nas políticas sociais. "Na assistência social, o principal operador é o município. Está nas mãos dos prefeitos a execução das políticas sociais, a exemplo dos abrigos para crianças em situação de rompimento de vinculo familiar. O governo federal ajuda a custear, mas esse co-financiamento vai desaparecer. Acho que os novos prefeitos que assumirão em 2017 não estão cientes dessa realidade com a qual vão se deparar", afirmou. 
A ex-ministra negou também que o desequilíbrio nas contas públicas seja fruto dos gastos do governo na área social. "A PEC 241 parte do princípio de que o eventual desequilíbrio nas contas é fruto de gastos na área social. É mentira! O gasto na área social é bom para a economia. A redução da desigualdade é boa para o desenvolvimento econômico, o próprio Banco Mundial reconhece. No caso do Bolsa Família, a cada real gasto no programa, retorna 1,75 para a economia. Há um efeito multiplicador sobre o PIB, benéfico para a economia. Se jogar a população no abandono, na pobreza e na fome, será ruim para todos", afirma. (Folhapress)

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