O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse ontem (30) que parte dos juízes
brasileiros não aplica devidamente as leis de combate à corrupção devido a
relações políticas com aqueles que poderão influenciar sua promoção na
carreira.
Por: Bruno Bochinni
Juiz medroso
Barbosa destacou que o Brasil tem
leis de combate à corrupção, que não são perfeitas, mas não estão sendo
aplicadas.
“Eu acredito firmemente que,
quando o juiz quer, ele decide. Ele aplica. Só não aplica a lei aquele juiz que
é medroso, é comprometido, ou é politicamente engajado em alguma causa, e isso
o distrai, o impede moralmente de se dedicar a sua missão”, disse Barbosa, ao
falar sobre produtividade, em encontro promovido pela revista Exame.
O magistrado ressaltou, porém,
que parte dos juízes consegue agir independentemente de influências políticas.
“Desconfie de juiz que vive
travando relações políticas aqui e ali”, recomendou Barbosa. Para ele, ninguém
quer ter aspectos importantes de sua vida nas mãos de juízes com tal
característica. “Infelizmente, nosso sistema permite que esse tipo de
influência negativa seja exercida sobre determinado juiz, mas é claro que há
juízes que conseguem driblar isso muito bem.”
O ministro voltou a criticar o
sistema político brasileiro, que permite a existência de muitos partidos. “Isso
é péssimo, isso não é bom para a estabilidade do sistema político brasileiro.
Nenhum sistema político funciona bem com dez, 12, 15, muito menos com 30
partidos. [É necessário] algo que existe em outros países, que é a cláusula de
barreira. Este é o caminho, o da representatividade, só sobrevivem aqueles
partidos que continuam a ter representatividade no Congresso”, afirmou.
Por: Bruno Bochinni, Agência
Brasil
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